domingo, 8 de junho de 2014


"ORAÇÃO DO AMOR"
Senhor,
Ilumina meus olhos
Para que eu Te veja em todos os acontecimentos..
Enche meu coração com
a divina fé, para sempre louvar
o vosso nome e arranca de mim o orgulho e a presunção.
Senhor,
Faz de mim um ser humano realmente justo...
Planta em meu coração
a sementeira do amor
E ajuda-me a fazer feliz
O maior número possível
de pessoas, para ampliar seus dias
risonhos e resumir suas noites
tristonhas...
Transforma meus rivais em companheiros, meus companheiros
em amigos e meus amigos em
entes queridos...
Dá-me, Senhor,
O sabor de perdoar
mantendo sempre
em meu coração Somente o AMOR!
A liturgia católica apóia-se em duas colunas centrais: Páscoa e Pentecostes. São as festas mais importantes do ano litúrgico. Nelas fulgem os mistérios centrais de nossa fé. Páscoa: a morte e ressurreição de Jesus com a irrupção da vida nova na história do cosmo e da humanidade. Pentecostes: o derramar do Espírito Divino sobre a Igreja, constituindo-a sacramento e sinal de união dos homens com Deus e entre si.

A ação do Espírito Santo é como o coração que nunca pode falhar sem comprometer a vida de todo o organismo. No entanto, no dia-a-dia nem pensamos nele, apesar de ele estar trabalhando todo o tempo. Quando falha, apavoramo-nos e recorremos a uma clínica cardiológica.

O mesmo acontece com o Espírito Santo. A Igreja Oriental cultivou muito a reflexão sobre a pessoa e presença do Espírito nos fiéis e no corpo eclesial. Por razões históricas, a Igreja do Ocidente concentrou-se mais na Eucaristia, na devoção a Maria e na relevância do magistério. Estas três realidades, também fundamentais de nossa fé, só encontram sua verdadeira intelecção à luz da ação do Espírito Santo. É invocado no momento solene da consagração. A fecundidade virginal de Maria é-lhe atribuída. E a assistência ao magistério também é obra dele. Entretanto, falamos pouco dele, ao referirmo-nos a essas realidades da nossa fé.
Hoje perpassa a Sociedade e a Igreja um surto carismático. Como toda realidade humana padece de ambiguidade. Nem tudo é obra do Espírito Santo. Cabe-nos discernir.

Nesse renovar eclesial por obra do Espírito, há um rebento muito promissor na teologia feminista. E ela tem chamado a atenção para a dimensão feminina em Deus. Tendo Deus criado o ser humano, homem e mulher, isso significa que nele se encontra a fonte da masculinidade e feminilidade. Por isso, João Paulo I, em sermão inesquecível, dirigiu-se a Deus, como Pai e Mãe. E se com o nosso olhar analógico procuramos na Trindade descobrir onde se reflete ainda melhor o lado feminino de Deus, parece-nos que é o Espírito Santo. A palavra hebraica, originária para o Espírito, Ruah, é feminina. Por conseguinte, a experiência bíblica primigênia, apesar de todo o machismo da cultura semita, preferiu escolher para a experiência divina do Espírito um termo feminino.

O hino litúrgico de Pentecostes nomeia-o com títulos e metáforas de caráter mais feminino: consolo, doce alívio, descanso, remanso, aragem, lava o sujo, rega o seco, cura o doente, dobra o que é duro, guia no escuro, aquece o frio exatamente como uma mãe faz com seu filho pequeno. O Espírito Santo embala maternalmente todos os fiéis e acompanha carinhosamente a Igreja. Suaviza femininamente com o óleo da alegria e da exultação as exigências  árduas do seguimento do homem Jesus, o filho de Deus. Padre Ramóm