domingo, 25 de novembro de 2012



Cristo, Re do universo e das nossas vidas!

Jesus se apresenta no Evangelho de São João 14,1-12, como o caminho, a verdade e a vida(Jo 14,6). Jesus se propõe como caminho da vida, como o caminho do futuro.

Jesus é a verdade do amor que serve ate o fim. Jesus é o testemunho da verdade. Jesus é alfa e ômega,o principio e o fim. Que Ele seja o principio e o fim das nossas vidas. Jesus, ponto de partida e de chegada.
H. P.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012


ORAÇÃO CONTEMPLATIVA OU VIDA CONTEMPLATIVA?

“Vem, Espírito Santo, fecunda o amor em mim para que eu possa me amar, aceitando-me como sou.
Vem, Espírito Santo, revela a minha verdade para que eu possa me amar e amar o meu próximo.
Vem, Espírito Santo, dá-me a graça de assumir a minha identidade de filha amada de Deus, a fim de que resplandeça em mim a imagem de Jesus Cristo”.
Há vários séculos, distinguem-se entre as diversas formas de vida religiosa, a vida ativa, a contemplativa e a mista. Ora, há muito que os mestres da espiritualidade monástica fazem notar que não é possível fazer entrar à força a vida monástica num tal esquema. Seria de fato perigoso - e mesmo hipócrita- considerar que uma forma de vida monástica é mais contemplativa do que outra pelo simples fato de que ela não comporta atividade apostólica.
Vida contemplativa é mais a” vida de  oração contínua”, ou ainda, é  organizar toda a sua  de tal modo, que possa manter de modo tão constante quanto possível uma consciência amante da presença de Deus.
Para manter esta oração contínua, o monge utiliza um certo número de meios. Um deles, o mais importante de todos na tradição beneditina é o Ofício Divino; outro é a lectio divina. Esta, com efeito, segundo a tradição monástica, do Oriente e do Ocidente, é autêntica oração contemplativa e não simplesmente uma preparação à oração. Outros meios são, sobretudo, os momentos de silêncio, os momentos de maior atenção à presença de Deus, ou ainda as repetições de orações breves, a oração de Jesus, o rosário. Estes são alguns dos muitos métodos para manter uma atitude contemplativa durante todo o dia, durante todas as ocupações, aí se incluindo o trabalho.
Um ensinamento constante da tradição monástica pelos séculos é este: é-se contemplativo durante todos os aspectos de sua vida ou não se o é em absoluto. Devo claramente ser contemplativo na minha meia hora ou hora de oração silenciosa, como devo sê-lo durante o Ofício Divino e durante o trabalho, qualquer que seja o tipo de trabalho. Se não faço esforços para conservar uma comunhão contemplativa com Deus durante meu trabalho, me iludo pensando que seria transformado subitamente em contemplativo entrando na Igreja ou me ajoelhando para minha meia hora de oração.
Um outro ensinamento que consta da tradição é que a oração contemplativa por excelência, e o contexto ideal para toda a experiência mística é a liturgia. Os mais belos ensinamentos místicos de São Bernardo e de nossos Padres cistercienses se acham em seus sermões preparados para serem usados na Liturgia, ou, em todo caso, sobre os textos bíblicos lidos durante a liturgia.
Isto é sobretudo verdadeiro para a grande tradição mística, mesmo fora do monaquismo. O mais importante dos autores místicos, aquele que recolheu todo o ensinamento dos Padres antes dele e que influenciou todos os místicos dos séculos seguintes foi certamente Dionísio, o Aeropagita, ou o Pseudo-Dionísio. Ora, todo seu ensinamento místico se acha num comentário sobre a Divina Liturgia e sobre a vida sacramental da Igreja em particular.
Dom Jean Leclercq publicou em 1963 (de quem mencionei o artigo anteriormente) um estudo sobre os nomes da oração contemplativa (Jean Leclercq, Otia monastica. Études sur le vocabulaire de la contemplation au Moyen Âge. Roma [Studia Anselmiana, 48], 1963). Mostrou que a mais importante e a mais constante de todas as expressões achadas na tradição para descrever a oração contemplativa é "memoria Dei" (lembrança de Deus). Não se acha, por exemplo, a palavra "contemplatio" na Regra de São Bento; mas a "memoria Dei" é o primeiro grau de humildade, e se encontra em toda a Regra.
Frequentemente se diz que o ensinamento de Bento sobre a oração é árido e limitado. Sem dúvida isto se deve a querer ler a Regra com um espírito muito diferente daquele com o qual ela foi escrita. Hoje se é muito atento às experiências de oração que fazemos: ao que se passa em nós enquanto rezamos ou tentamos rezar. Bento faz parte de uma longa tradição de mestres monásticos, para quem a qualidade da vida cotidiana, em todos seus aspectos, é mais importante do que a "performance" no curso dos "momentos de oração". A convicção subjacente é que a oração é alguma coisa que "vem" bem naturalmente àquele que se esforça por viver os ensinamentos do Evangelho na vida cotidiana. Bento facilmente faria sua a palavra que Cassiano atribui a Santo Antão: "A oração não é perfeita enquanto o monge estiver consciente ou de si mesmo ou do conteúdo de sua oração."
Da mesma forma, São Bernardo utiliza pouco a palavra "contemplação" mas "lembrança de Deus" está no coração de seu ensinamento. Escreve, por exemplo: "A lembrança de Deus é o caminho para a presença de Deus. Quem quer que guarde os mandamentos presentes no espírito, a fim de observá-los, será recompensado a seu tempo pela percepção de sua presença." (Sent 1.11; SBO 6b.8-17-21) (Ver artigo de Michael Casey sobre "Mindfulness of God in the Monastic Tradition", Cistercian Studies 17 [1982], pp. 111-126).
Bernardo, como Bento, está consciente do fato que, no mosteiro, os monges realizam a dimensão contemplativa de sua vida de modos diferentes, segundo sua vocação e segundo os papéis que são chamados a desempenhar na comunidade. Fala de duas categorias de monges: os claustrales e os officiales ou obedientiales, que chama também de obedientes. Os claustrales são aqueles que não têm nenhuma responsabilidade administrativa, os obedientiales são os que são chamados a suprir diversos serviços na comunidade. Cada um é chamado a ser contemplativo de um modo que lhe é próprio. Cada um deve praticar a memoria Dei, e isto não quer dizer que ele deva pensar continuamente em Deus de modo ativo, mas que deve espontaneamente fazer referência a Deus em tudo o que pensa, faz e acontece.
Bernardo volta mais de uma vez em seus escritos à tensão vivida por todos aqueles que, na comunidade, têm importantes responsabilidades administrativas, quer seja de ordem material, quer espiritual. Em primeiro lugar faz uma advertência contra o perigo de aspirar a tais responsabilidades, mas ensina também que para um monge que recebeu tais encargos, isto pode ser para ele a ocasião de um despojamento radical que o faz renunciar a seu próprio lazer e assumir uma grande parte do peso de preocupação da comunidade, de modo que seus irmãos possam gozar da solidão e da paz. Esta foi, sem dúvida, a vocação de Gérard, o irmão de Bernardo e celeireiro de Claraval, a quem Bernardo paga um tal tributo no seu Sermão 26 sobre o Cântico dos Cânticos.Todos aqueles que têm muito a fazer a serviço da comunidade devem se esforçar para conservar suficiente tempo para a oração, a leitura e a meditação. Mas isto não é suficiente e nem mesmo é o essencial. O essencial é que toda nossa atividade seja enraizada numa oração contemplativa, realizada num clima e num espírito de oração, e nos leve sem cessar a ela.
© Abadia de Scourmont, 1999.
Contemplar: é olhar para dentro de si mesmo e se absorver do seu amado ou do objeto de seu pensamento a ponto de esquecer os outros, as coisas e até sua própria pessoa... Realiza uma verdadeira cura psicológica, proporcionando descanso e paz. E, se o objeto de seu pensamento for Deus, o efeito será irradiar Deus,de dentro para fora.http://www.padresdodeserto.net/images/shim.gif
Existem três exercícios espirituais: cogitação (inquietude), meditação e contemplação. A contemplação é o grau mais elevado de oração que nos dá profundidade no relacionamento com o Senhor. É uma oração de expressão psico-afetiva.
Contemplar Jesus Cristo que habita dentro de nós, é encontrarmos com Ele no nosso interior como se nosso “eu” fosse uma casa. As pessoas batem à porta da frente e nós as acolhemos na sala de visita exercitando nosso amor ao próximo. Jesus bate à porta dos fundos, da cozinha, com muita intimidade, pois se considera “de casa”. É necessário entrarmos em nós mesmos, atravessarmos toda a casa (o nosso “eu”), e abrirmos a porta para Ele, manifestando, dessa forma, o nosso primeiro Amor a Deus.
Achamos muito difícil fazer isto !... O mundo de hoje nos atrai para fora, envolve-nos na busca desenfreada de poder e de bens materiais, desvia nossa atenção para as suas notícias e divertimentos, impõe valores superficiais e imediatistas, enfim, manipula de tal forma nossa vontade que qualquer atitude de silêncio e introspecção parece perda de tempo.
É como se vivêssemos sempre na porta da rua do nosso “eu”. Mas, se aprendermos a entrar em nós mesmos, a nos recolher, atravessarmos todo o nosso “eu”, e abrirmos a porta da cozinha ou dos fundos para o Senhor, um dia sentaremos com Ele à mesa no Céu. “Eu repreendo e castigo aqueles que amo. Reanima, pois, o teu zelo, e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato: Se alguém ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, Eu com ele e ele comigo” (Apo. 3,19-21).
O que falamos para uma visita que chega inesperadamente e nossa casa não está em ordem? Sempre respondemos o que qualquer dona de casa responderia: pedimos a visita que nos desculpe, falamos o que fizemos e o que deixamos de fazer, mostramos onde não limpamos..
Jesus Cristo também vem à nossa casa (eu) na oração, entra pelos fundos, bate `a porta da cozinha da nossa intimidade no momento em que nós estamos bem recolhidos no interior de nós mesmos.
Jesus nos ensina a recebê-lo assim: “Olhe Jesus, aqui está uma mentira que não pude ainda evitar, uma mágoa que dói, e a falta de perdão, porque resisto em aprender perdoar. Ali está ...” Tudo que você Me mostrar, ainda que for sujo como o vermelho escarlate, ficará branco como a neve”. “Pois bem, justifiquemo-nos, diz o Senhor. Se vossos pecados forem escarlates, tornar-se-ão brancos como a neve! Se forem vermelhos como a púrpura, ficarão brancos como a lã! Se fordes dóceis e obedientes, provareis os melhores frutos da terra; se recusardes e vos revoltardes, provareis a espada” É a boca do Senhor que o declara” (Isaías 1, 18-20).
Na oração de contemplação Jesus surge de dentro de nós mesmos. Parece que mora no nosso quintal! A imagem do quintal é adequada, pois reflete a imanência e a transcendência de Deus. É necessário nos recolhermos para abrir a porta dos fundos, depois de atravessar todo o nosso eu; o nosso psiquismo (a casa); nosso corpo (a porta da sala); nosso eu social (o alpendre e o hall); nosso ser racional (sala de Televisão e biblioteca); a nossa sexualidade (banheiro); nossa afetividade (sala de estar e quartos) ; nossa vontade (cozinha e área de serviços).
Na contemplação podemos saborear cada momento, cada detalhe de nossa vida como se passeássemos dentro de nós mesmos com Jesus.
Poderíamos imaginar algumas queixas de Jesus: “Há pessoas que Me recebem na sala de visitas e Me hospedam com uma oração fria e formal, cheia de distrações e falta de atenção. Vêm na hora da oração e depois passam o resto do dia para lá e para cá e Eu fico preso na sala, como uma visita de cerimônia, sem liberdade de participar da intimidade de sua vida, de sua casa (reflete uma situação de oração formal, desencarnada da realidade da vida). Às vezes Me servem lasanhas, quando Eu só queria um arroz branco com feijão simples. Falam muito, enfeitam muito e, quando Eu quero falar, já saem da oração, da sala de visitas”. (trata-se de uma oração de aparências, por dever, faltando autenticidade, o segredo que abre o cofre do nosso coração é a verdade).
Ele começaria silenciosamente a nos ensinar, com toda certeza. Nós O perceberíamos andando pela casa toda, dando-nos ordens e onde Ele colocasse os olhos, as sujeiras se transformariam. Não haveria distrações na oração. As distrações também seriam orações mais sinceras e verdadeiras se colocadas em louvor. Deus é muito simples!....Tudo, até os maus pensamentos seriam levados a Ele em bandeja de louvor. Até mágoas!...Ele, sorridente, nos diria com muito bom humor : “É ...jiló, é só para os íntimos!...” (entenderíamos que as magoas eram jilós, e que Ele as queria apresentadas).
Na verdadeira oração contemplativa, Jesus fala o que quer. Ele fica à vontade, como “gente de casa”, andando e vendo tudo com simplicidade, nós vamos atrás d’Ele, nos caminhos do nosso mundo interior, apresentando tudo a Ele. É como se víssemos um álbum de fotografias ou uma coleção de lembrancinhas, ou quando arrumamos um quartinho de bagunça ou o porão e as coisas velhas de porão são o nosso passado. Neste tipo de oração há silêncio, adoração e reverência. Nós até falamos pouco.!.
Toda a casa é a nossa vida presente. Os planos, de aumentar a casa no quintal é nossa vida futura, que deve ser apresentada a Ele. Tudo se torna oração: os pensamentos, os sentimentos, os desejos possíveis e impossíveis, os textos bíblicos de que gostamos e os textos com os quais não concordamos ainda, os fatos corriqueiros do dia a dia... E, sendo maior a intimidade, menor a possibilidade de “erros de etiqueta social” com a visita, ou distrações.
Preocupação é ocupar-se antecipadamente com fatos que não ocorreram ainda. Seria como apresentar comida um pouco crua. Mas “gente de casa, às vezes come comida meio sem sal ou um pouco crua !...Acontece, né!...”. Quanto bom humor tem Jesus cristo ! Ele come de tudo !... Ele realmente é de casa, é o Senhor e o dono de nossa casa, de nosso coração. Jesus é o nosso companheiro na oração contemplativa e nos alimenta com sua companhia. É o hospede permanente da nossa solidão, se fizermos contemplação.

                     Método de Contemplação para a vida comunitária:
- Ler juntos o texto bíblico para compreensão.
- Orar em línguas para aquietar-se.
- Ler silenciosamente o texto bíblico, saboreando os detalhes da cena e os vários elementos. (marcar espaço e tempo ).
- Fechar a Bíblia e reviver a cena que você leu.
- Anotar os dados mais importantes da estória que reviveu.
- Comparar com o texto bíblico. Tudo o que está em sintonia com o texto vem do Espírito Santo, tudo o que está muito diferente do texto bíblico, vem do seu psiquismo, de sua projeção, de sua história de vida, de seus traumas, etc...
- Orar pela cura psicológica do conteúdo que está diferente do texto bíblico, ver o que significa isto em sua vida.
- Partilhar com a comunidade para ser mais transparente e criar unidade com os irmãos . Ser simples, cada um tem o direito de existir do jeito que é e todos tem defeitos. Só Deus é perfeito.
Que tudo seja para a maior glória de Deus !

Juracy Villares


"A quem tem sede eu darei gratuitamente de beber da fonte da água viva."(Ap 21,6-b)
Dos meios da oração centrante.
6. PRATIQUE A GUARDA DO CORAÇÃO. Esta é a prática de liberar as emoções negativas no momento presente. Isto pode ser feito de um desses três modos: 'fazendo o que realmente você está fazendo'; 'voltando sua atenção para alguma outra ocupação', ou 'oferecendo o sentimento/emoção a Cristo'. A "guarda do coração' requer o desapego imediato de atrações e repulsas pessoais - (gostar, não gostar, desapegar-se do mesmo jeito). Quando algo acontece independentemente de nossos planos, nós espontaneamente tentamos modificar isto. Nossa primeira reação, contudo, deveria ser abertura para o que está realmente acontecendo de modo que se nossos planos dão errado, não nos aborrecemos por isto. O fruto da 'guarda do coração' é uma boa-vontade habitual para mudar nossos planos assim que for preciso. Isto nos dispõe a aceitar situações dolorosas quando elas surgem. Então, podemos decidir o que fazer com elas, modificando, corrigindo ou melhorando-as. Em outras palavras, os eventos rotineiros da vida diária se tornam nossa prática. Não posso enfatizar isso o suficiente. Uma estrutura monástica não é o caminho para a santidade para leigos. A rotina da vida diária é. A oração contemplativa tem o objetivo de transformar a vida diária com sua sucessão infindável de atividades rotineiras.
7. PRATIQUE UMA ACEITAÇÃO INCONDICIONAL DOS OUTROS. Esta prática é especialmente poderosa em aquietar as emoções do 'serviço do Apetite': medo, raiva, coragem, esperança e desespero. Aceitando as outras pessoas incondicionalmente, você disciplina suas emoções que desejam se vingar dos outros ou fugir deles. Você permite que as pessoas sejam quem são, com todas as suas peculiaridades e com seu comportamento particular que tanto te perturba. A situação se complica ainda mais quando você se sente na obrigação de corrigir alguém. Se você corrige alguém quando está aborrecido, provavelmente você não conseguirá nada. Isto desperta as defesas dos outros e lhes dá motivos para jogar a culpa em você. Espere até se acalmar e então aconselhe, corrija, a partir de uma preocupação verdadeira com a pessoa.


Meditar
Imagino sempre o rosto paciente de Jesus repetindo o “Amas-me?” quase soletrando, para que Pedro entendesse bem o que lhe estava a pedir. E dou-me conta de que também é quase sempre assim conosco: há uma grande distância entre as Propostas e as Respostas na nossa relação com Deus.
E nem outra coisa podia acontecer, porque Deus sonha e chama para o melhor da vida aqueles que ainda estão a construí-la! Deus nunca “sonha pequeno”, quando se trata de nos amar… Deus sonha sempre “em grande”, quando está em causa a “menina dos seus olhos”! Por isso vivemos serenos com Deus, mesmo não respondendo “na mesma moeda”, porque Deus só nos pede que respondamos “na nossa moeda”. Sim, “amor com amor se paga”, mas o nosso amor em construção não pode responder ao Amor em Plenitude de Deus sem ficar “curto”. E Deus permanece sereno… e nós também devemos aprendê-lo…
O Deus revelado em Jesus de Nazaré não é um “moralista divino” a colocar-nos fasquias que temos que alcançar, medidas e normas vindas de cima e que nos esmagam com as suas exigências. DEUS É AMOR, e todo o Seu diálogo connosco acontece na densidade amorosa do Espírito Santo que em nós diz a Sua Palavra, sem imposições. Por isso, Jesus de Nazaré, o Ressuscitado, não se “zanga” com Pedro por este não conseguir ainda responder ao “Amas-me?” com um “Amo-te!” à medida. DEUS É PACIENTE, e o Seu Messias é disso revelação. Na bíblia, a Graça de Deus explica-se como a atitude de Deus que se “baixa”. O Deus-Graça é o “Deus que se debruça”, o não-pretensioso, não-vaidoso, não-distante. Aquele que se debruça até se tornar “Emanuel, Deus connosco”! Em Jesus de Nazaré, o Deus a quem nos habituámos a chamar Altíssimo, revela que, afinal, Ele prefere ser o Deus-Baixíssimo, o Deus connosco e entre nós, o Amor que permanentemente “vem para servir e não para ser servido”, o Amor que nos “lava os pés”.
Rezar
O Jesus,dá-me sempre um Amor Crescente.
Ajuda-me a amar-Te mais e melhor,e a aproximar as minhas Respostas
às Propostas de Vida que me fazes.Obrigado por desceres
ao “pouquinho” do meu amor,para o assumires e consagrares.
Obrigado por seres simples,e nunca me desprezares.
Ajuda-me a Seguir mais verdadeiramente Jesus Cristo, para que tudo o que sou
se torne mais à sua imagem e semelhança,e aprenda a confiar mais a minha Vida
nas Tuas mãos amorosas.
( Vários autores, adaptado Irmã Pilar)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012


O Samurai
A quem pertence um presente?
Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: "Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?"
"Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?" - perguntou o Samurai. "A quem tentou entregá-lo" - respondeu um dos discípulos. "O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos" - disse o mestre. "Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir..."
(Autor desconhecido)

terça-feira, 13 de novembro de 2012


Poesías


Purificada,
en tu luz,
endiosada por tu amor,
eternamente entregada.
Por tu esencia
a Ti asemejada.
Háblame de ti
sopla tu viento,
secreto íntimo .
Por tu dimensión total
eres único.
Me persigues sin cesar,
me adaptas a tu medida,
en un rehacerme vital.
Herida de amor,
¡cuánto dolor!,
alegría,
hoguera sin fin y calor.
Abrasa la herida,
y en el fondo del corazón
quedo invadida,
abrasada,
pero no,
no quiero,
no quiero que nadie
cure esa herida.
Muerte o vida,
que más da,
sólo quiero Tu presencia
y caminar
en un después y un jamás.
Te amo
con tu mismo amor,
te amo
en tu propio misterio.
Mi amor se hace fuente
porque es Tuyo ,
y mi ser tocado del tuyo,
todo mi haber,
prendado de ti,
lo sé.                     Ir. Pilar

REFLEXÃO DO EVANGELHO  - Mc 12, 38-44 - 32º DOMINGO DO TEMPO COMUM -  B
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos – Naquele tempo, 38Ele lhes dizia em sua doutrina: Guardai-vos dos escribas que gostam 39e de sentar-se nas primeiras cadeiras nas sinagogas e nos primeiros lugares nos banquetes. 40Eles devoram os bens das viúvas e dão aparência de longas orações. Estes terão um juízo mais rigoroso. 41Jesus sentou-se defronte do cofre de esmola e observava como o povo deitava dinheiro nele; muitos ricos depositavam grandes quantias. 42Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que não valiam quase nada. 43E ele chamou os seus discípulos e disse-lhes: Em verdade vos digo: esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre,44porque todos deitaram do que tinham em abundância; esta, porém, pôs, da sua indigência, tudo o que tinha para o seu sustento. – Palavra da salvação.
Reflexão
A pobre viúva deu tudo que possuía.
Uma grande multidão escutava com prazer o que Jesus ensinava. Ele dizia ao povo:
- Cuidado com os mestres da Lei!. Eles gostam de andar para lá e para cá, usando capas compridas, e gostam de ser cumprimentados com respeito nas praças; preferem os lugares de honra nas sinagogas e os melhores lugares nos banquetes. Exploram as viúvas e roubam os seus bens; e, para disfarçarem, fazem orações compridas. Portanto, o castigo que eles vão sofrer será pior ainda!
Leitura Orante
Jesus Mestre, vós dissestes que a vida eterna consiste em conhecer a vós e ao Pai.
Derramai sobre nós os dons do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine,
e fortaleça no vosso seguimento,
porque sois o único caminho para o Pai.
Fazei-nos crescer no vosso amor,
para que sejamos, como São Paulo,
testemunhas vivas do vosso Evangelho.
Com Maria,mãe, mestra e rainha dos apóstolos,
guardaremos a vossa Palavra, meditado-a em nosso coração. Amém.
1. Leitura (Verdade)
O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto do dia: Mc 12,38-44, e observo pessoas, palavras, atitudes.
Jesus exalta a generosidade da mulher viúva e sua confiança em Deus. Deus é tudo para ela. Nesta certeza, ela sabe que nada lhe faltará.
2. Meditação (Caminho)
O que o texto diz para mim, hoje?
Posso me questionar se as boas obras que faço têm o objetivo de buscar reconhecimento, vaidade… ou vêm de um desejo sincero do coração, desejo de justiça, porque diante de Deus somos iguais em direitos? Tudo nos vem de Deus.
Os bispos, em Aparecida afirmaram:
“Também o encontramos (Jesus) de um modo especial nos pobres, aflitos e enfermos (cf. Mt 25,37-40), que exigem nosso compromisso e nos dão testemunho de fé, paciência no sofrimento e constante luta para continuar vivendo. Quantas vezes os pobres e os que sofrem realmente nos evangelizam! No reconhecimento desta presença e proximidade e na defesa dos direitos dos excluídos encontra-se a fidelidade da Igreja a Jesus Cristo” (DAp 257).
3.Oração (Vida)
O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, e concluo com a oração do Pai Nosso.
4.Contemplação (Vida e Missão)
Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Como vou vivê-lo na missão?
Meu novo olhar me leva a encontrar a presença de Jesus Cristo nos mais pobres e sofredores.
“O encontro com Jesus Cristo através dos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo. Da contemplação do rosto sofredor de Cristo neles e do encontro com Ele nos aflitos e marginalizados, cuja imensa dignidade Ele mesmo nos revela, surge nossa opção por eles. A mesma união a Jesus Cristo é a que nos faz amigos dos pobres e solidários com seu destino.” (DAp 257).
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém

DADOS PARA A COMPREENSÃO DO TEXTO:
-DOUTORES DA LEI – A expressão “Doutores da Lei” era apenas um apelativo pomposo dado aos “escribas”. A palavra “escriba” quer dizer “escrevente”. Era aquele judeu que se ocupava em copiar a mão os manuscritos sagrados da Bíblia, já que a imprensa ainda não havia sido descoberta. E, pelo ato repetitivo de repassar as letras sagradas, ficavam peritos na Sagrada Escritura. Como as leis que compunham o Direito do povo judeu estavam inseridas na Bíblia, os escribas tornaram-se verdadeiros advogados e exploravam os pobres nessa função, aproveitando-se dos meandros da Lei nem sempre éticos, como acontece ainda hoje. Como nos diz o evangelho de hoje, eles tinham uma sede pelas primeiras cadeiras, pelos primeiros lugares e se deliciavam com esse título pomposo “Doutores da Lei”...

VAMOS CONFRONTAR OS DOIS COMPORTAMENTOS ADVERSOS QUE A BÍBLIA NOS APRESENTA:
 O exibicionismo dos Doutores da Lei  x  o anonimato da viúva.
Os escribas praticavam uma religião “exibicionista”: gostavam das primeiras cadeiras nas sinagogas. “Ocupavam as poltronas diante do cofre que guardava os livros sagrados. Essas se situavam num lugar elevado, à vista de todos, de modo que o povo os identificava imediatamente como Mestres.” (Vide “Roteiros Homiléticos” do Pe. José Bortolini, pag 480.) Fa ziam longas orações com gestos espalhafatosos, só para serem vistos. A religião para eles se limitava a práticas exteriores, desligadas do coração, tanto que o comportamento e a vida particular deles eram reprováveis. Eles exploravam as viúvas. “Acabavam cobrando pelos serviços uma quantia tal, que as viúvas, muitas vezes, tinham de lhes entregar a própria casa.” (Vide coluna-laranja de O Domingo de 11.11.2012 do Pe. Paulo Bazaglia, SSP). Certo dia, Jesus sentou-se diante do cofre das esmolas  e viu que muitos ricos depositavam grandes quantias. “Os especialistas dizem que um sacerdote de plantão acolhia essas ofertas e proclamava a quantia que cada um depositava. Nesse momento, o ego dos ricos atingia picos elevados de exaltação.” (Vide “Roteiros Homiléticos” do Pe. José Bortolini, pag. 481).
O comportamento da viúva, porém, era “anônimo”. Enquanto o escriba (Doutor da Lei) povoava a alta esfera da sociedade (o primeiro lugar nos banquetes e a louvação fácil do povo), a “viuvez” – até isso – era considerada um castigo de Deus por um pecado cometido. A viúva era marginalizada como pecadora. Por outro lado, a religião da viúva não era “exibicionista”, mas nascia do coração, pois ela agia heroicamente diante de sua situação de penúria sem contar com o olhar  e a ovação do povo.
- JESUS TINHA GRANDE SENSIBILIDADE COM A CLASSE POBRE E HUMILDE.
Ele enxergava as ações, as mais humildes e imperceptíveis dos pobres e marginalizados e as apregoava alto e bom som, como se ele quisesse estimulá-los, encorajá-los ou compensá-los pelo desprezo que recebiam dos outros.
-Percebeu quando a mulher que sofria de um fluxo de sangue (a hemorroíssa) tocou a fímbria do seu manto.
-Enxergou o aleijado que se apertava entre os frequentadores do templo e curou-o, à vista de todos, mesmo em dia de sábado.
-Escutou, no meio do burburinho de uma multidão, a voz esganiçada do cego de Jericó á beira da estrada e o chamou para curá-lo.
-Percebeu e elogiou os gestos acanhados da viúva anônima junto ao cofre das esmolas no templo.
Esse era o traço mais adorável do Deus-homem, que devia ser imitado por todos nós.
- REFLEXÕES:
-Hoje há também os “Doutores da Lei”, só que não envolvidos nesse título pomposo. São os candidatos políticos, que, muitas vezes, pegam carona em solenidades religiosas, comparecendo inusitadamente à igreja bem à vista do povo, como “marketing” para se elegerem ou se tornarem queridinhos do povo.
-Vamos refletir sobre a religiosidade externa, que não nasce do coração, aquele assomo religioso dos fins de semana, que não influenciam no nosso viver da semana que entra. Há também os que se eximem de dar seu testemunho cristão em público – prática que se vê, sobretudo, entre os homens - baseados erroneamente naquele versículo “não veja a tua mão esquerda o que faz a direita”. A interpretação errada desse conselho misturada com o respeito humano torna estéril a vida cristã de muitos.
 Se Jesus viesse hoje em nossa igreja, o que ele enxergaria?

- A que grupo nós pertenceríamos?
- Quais as pessoas que mais oferecem na comunidade?
  O Padre, os ministros, os animadores das pastorais? É difícil responder...
  Mas eu tenho a certeza, que muitas pessoas humildes,
  silenciosas, muito ocupadas, oferecem à comunidade
  um serviço semelhante à oferta da viúva:
  oferecem com sacrifício TUDO o que podem...
  E Deus não se deixa vencer em generosidade...
- E se Jesus olhasse as nossas OFERTAS, o que teria a dizer?
São ofertas generosas, dadas com alegria, como gesto de amor e de fé,
ou é um jeito para se livrar de uns trocadinhos?
Podemos dar uma esmola material, podemos partilhar nosso tempo,
nossos conhecimentos ou até nossa alegria com um sorriso.
 

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém



domingo, 4 de novembro de 2012


O que muda na vida não são os milagres, mais a adesão a pessoa de Jesus! Conhecer mas a Cristo para aderir a sua pessoa.
As coisas de Deus são simples, transparentes. Todos os dias temos que agradecer a Deus pelos amigos e as coisas bonitas. Nossa felicidade é estar com Deus! ( Sal 72-73). Um dia o contemplaremos face a face, Ele será a nossa felicidade!

domingo, 16 de setembro de 2012

ORAÇÃO ANTES DE LER A BÍBLIA



Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei no meio deles",
ficai conosco, aqui reunidos para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.

Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos,
para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

Sois a vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes
de santidade e de vida.

Amém.

Setembro foi escolhido pelos Bispos Católicos do Brasil como o Mês da Bíblia em razão da festa de São Jerônimo, celebrada no dia 30 do mês.

 
São Jerônimo, que viveu entre 340 e 420, foi o secretário do Papa Dâmaso e por ele encarregado de fazer a tradução da Sagrada Escritura do hebraico e grego para o latim. Essa versão latina feita por esse santo recebeu o nome de Vulgata, que, em latim significa “popular” e o seu trabalho é referência nas traduções da Bíblia até os nossos dias.

 
A proposta para o Mês de setembro de 2012 é o estudo do Evangelho segundo Marcos associada ao Projeto Nacional de Evangelização: O Brasil na Missão Continental.

 
O tema escolhido pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil é: ‘Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Marcos’, e o lema é: ‘Coragem! Levanta-te! Ele te chama!’. Esta expressão bíblica se encontra na narrativa da cura do cego Bartimeu em Marcos 10, 49. Este texto em São Marcos nos mostra cada etapa do processo de discipulado e de seguimento de Jesus Cristo.

 

Desconhecer a Sagrada Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Se queremos ser discípulos e missionários de Jesus Cristo é indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a nossa vida cristã na rocha da Palavra de Deus” (DA 247).

 

 

domingo, 9 de setembro de 2012


ORAÇÃO

O  Jesus, abre os meus olhos a tua presença, que os meus ouvidos e o meu coração fiquem atentos a tua voz.

Que o teu amor preencha todos  os meus medos e toda duvida, e possa fazer experiência de ti.

Senhor, daime sede da tua presença, da tua palavra.

Que teu Espírito me liberte de todo o que me amarra, e experimente  a tua paz o teu perdão, o teu amor.

H. P.

 

terça-feira, 21 de agosto de 2012


ORAÇÃO VOCACIONAL
Senhor, obrigada pelo dom da vida.
Tu me chamas pelo nome no meio a tantos apelos do mundo.
Iluminai-me com a luz do Teu Espírito,
mostrai-me o caminho que eu devo seguir.
Dai-me coragem e força para realizar o teu projeto de amor em mim.
Ajudai-me a dar o meu "sim" total a tua vontade.
Como Maria, minha mãe,  quero estar disponível nas tuas mãos, e ser Tua discípula. Que a minha vida seja um reflexo da tua vida. Amem.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012


ORAÇÃO DA FAMÍLIA

Senhor, nós vos louvamos pela nossa família e agradecemos a vossa presença em nosso lar.
Iluminai-nos para que sejamos capazes de assumir nosso compromisso de fé na Igreja, e de participar da vida de nossa comunidade.
Ensinai-nos a viver a vossa palavra e o Vosso mandamento de Amor, a exemplo da FAMÍLIA DE NAZARÉ.
Concedei-nos a capacidade de compreendermos nossas diferenças de idade, de sexo, de caráter, para nos ajudarmos mutuamente, perdoarmos nossos erros e vivermos em harmonia.
Dai-nos, Senhor, saúde, trabalho e um lar onde possamos viver felizes.
Ensinai-nos a partilhar o que temos com os mais necessitados e empobrecidos, e dai-nos a graça de aceitar com fé e serenidade a doença e a morte quando se aproximem de nossa família.
Ajudai-nos a respeitar e incentivar a vocação de nossos filhos quando quiserdes chamar a Vosso serviço.
Que em nossa família reine a confiança, a fidelidade, o respeito mútuo, para que o amor se fortifique e nos una cada vez mais.
Permanecei em nossa família, Senhor, e abençoai nosso lar hoje e sempre. Amém!

domingo, 12 de agosto de 2012


SEGUIR JESUS
Evangelhos apresentam muitos relatos de vocação. Quase todos eles simples: basta uma palavra de Jesus, um olhar, um desafio, um toque… e aquele que o recebe e percebe torna-se seu discípulo. Mas, por detrás do relato simples encontramos uma exigência de vida profunda, ou melhor, uma mudança profunda de atitude e de vida. De fato, o “vem e segue-me”, o “hoje tenho que ficar em tua casa” ou o “vinde ver”, encerram em si, primeiro que tudo, uma diferença em relação a todas as outras formas de discipulado do tempo: não são os discípulos que escolhem o mestre mas é o Mestre que escolhe os discípulos e lhes propõe um projeto de vida completamente diferente (de referir que a escolha por parte de Jesus deixa o homem sempre na liberdade de aceitar ou não o convite a seguí-l’O). Mais, não lhes é proposto que aprendam conteúdos puramente intelectuais mas sobretudo que vivam sendo testemunho: «Como Eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão que sois meus discípulos»; «Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam».
            Só por aqui já notamos a aspereza do caminho! De fato, não é nada fácil mudarmos radicalmente a nossa forma de estar e de ser. Além disso, amar os inimigos? Amar quem nos deseja e faz mal? Quem nos oprime, nos rejeita… diz mal de nós, mente, fere…
            Ser discípulo de Jesus implica estar disposto a seguí-l’O para onde quer que Ele vá! E aqui encontramos nova dificuldade: Jesus percorre um caminho que o conduz à Cruz! Seria oportuno, desde já, perguntarmo-nos se estamos disposto a aceitar percorrer este caminho? Este é, sem dúvida, o caminho que Jesus nos propõe! Então, ser discípulo de Jesus não é nada fácil, ou melhor, não podemos tomá-lo de ânimo leve, de forma ligeira. Atrever-me-ia a dizer que Jesus escolheu os seus discípulos (escolheu-me e escolheu-te) para nos ensinar que caminho espera Deus que cada um percorra e como o deve percorrer.
Se pegarmos nos textos bíblicos, descobriremos que é no caminho da Cruz que Jesus instrui os seus discípulos. Colocar-se atrás d’Ele é já por si só descobrir o caminho; mas mais, durante essa descoberta, Jesus ensina-nos que esse caminho só se poderá fazer quando a nossa vida se traduzir em gestos concretos de amor (de Deus) manifestados na nossa entrega pelos homens (à maneira de Jesus).
            Os discípulos de Jesus devem estar dispostos a renunciar a si mesmos, a perder a própria vida, a ocupar o último lugar, a fazerem-se servidores de todos. Somente aquele que se esvazia de si e se deixa preencher de Deus e do seu amor encontra a forma, a coragem e o sentido de ser todo para os outros, de ser verdadeiro discípulo do seu Mestre Jesus. Ou não foi isso que Ele nos ensinou? «Se alguém vem a mim e não odeia seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos, suas irmãs e até a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E quem não carrega a sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo» (Lc 14,26-27). Jesus não nos pede que rejeitemos (odiar) os outros. Isso seria uma contradição ao mandamento do amor. Pede-nos que a nossa vida tenha como horizonte a capacidade de amar à maneira de Deus, igual à de Jesus: «Quem é minha mãe e quem são meus irmãos…» são estes que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus, os que ouvem a sua palavra e a põem em prática (Mt 12,46-50; Mc 3,31-35; Lc 8,19-21). Jesus faz-nos uma proposta maior, uma proposta em que o amor não será limitado ou exclusivo, uma proposta que nos pode levar a readquirir o nosso momento e estado inicial pensado pelo criador: feitos à sua imagem e semelhança.
            Ser discípulo de Jesus implicará sempre abandono do nosso egoísmo e dos nossos pequenos (e por vezes mesquinhos). Ou duvidamos de que Deus «sonhe» em grande? As nossas atitudes, por vezes, o nosso ser discípulo, outras vezes, revelam isso mesmo. É mais fácil adaptar Cristo aos nossos projetos do que nós nos adaptarmos ao seu. É mais cômodo reduzir Deus à nossa dimensão do que elevarmo-nos à sua. É mais seguro(!) pormos Jesus a caminhar atrás de nós do que empenharmo-nos ou desprendermo-nos das nossas seguranças para nos confiarmos totalmente a Ele e o seguirmos.
            Negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e perder a própria vida (Mc 8,34-38) significa deixar de colocar o centro da nossa vida em nós mesmos, nos nossos projetos, naquilo que nos apetece… e começar a colocar os outros no centro. É assim que se encontra a verdadeira vida.
            Sermos os últimos e os servidores de todos (Mc 9,35-37) significa romper com o nosso desejo de figurar, de sermos considerados, louvados, reconhecidos; e passar a ocupar o último lugar, o lugar dos que não se contam, e dali colocarmo-nos ao serviço dos outros.
            Sermos servidores e escravos dos demais (Mc 10,41-45) significa fazer o contrário do que fazem os grandes e os poderosos; renunciar ao poder sobre os demais, não pressionar, não querer que os outros façam a nossa vontade. Pelo contrário, deixar que eles sejam nossos senhores e nós seus escravos por amor.
            É um caminho difícil! Quase impossível de percorrer somente com as nossas próprias forças. Só há uma forma de fazê-lo: colocarmo-nos atrás de Jesus e fazer com que os nossos pés vão pisando as suas pegadas, vivendo como Ele, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida por todos.
            Cabe aqui uma palavra acerca do nosso ser cristão. Não se trata de uma crítica mas de uma evidência: celebração e vida têm que caminhar de mãos dadas. É importante refletir hoje sobre o nosso ser cristão. Não é consequente a vida e a fé daquele que pensa que para ser cristão basta participar na Eucaristia (muitos dizem ir à Missa; e será que celebram?) ou mesmo rezar em dois ou três momentos ao longo do dia.
Participar na Eucaristia significa configurarmo-nos à Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, significa celebrarmos Aquele que ama até ao limite, até ao fim; e que resultado tem isso na minha vida, no meu dia a dia? Que mudança trás à minha vida na relação com os outros, com o mundo?
Para que rezo? Para que Deus faça a minha vontade? Ou para que eu, cada vez mais, descubra a vontade de Deus, o conheça e a Ele me entregue?


Dou graças pelo quê? Porque Deus se faz homem, percorre comigo o caminho, entrega-se por mim, -me para Deus, Ama-me?

E que consequências trás este amor e esta forma de vida à minha própria vida? Amo os irmãos? Sirvo ou sirvo-me (da Igreja)?

Que atos e gestos concretos de amor vivo como discípulo? Afinal o que é ser discípulo de Jesus para mim?

Em que me compromete? Em que estou diferente por o conhecer e celebrar?

A que me desafia? Onde tenho que mudar?
FRANCISCO COUTO                     


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AGOSTO MÊS VOCACIONAL
A palavra vocação vem do verbo latim “vocare” (chamado?).
O que é vocação?
- Vocação é o chamado de Deus que tem como finalidade a realização plena da pessoa humana.
- É um gesto gracioso de Deus que visa a plena humanização do Homem.
- É dom, é graça, é eleição cuidadosa, visando a construção do Reino de Deus.
- É um chamado para fazer algo, para cumprir uma missão.
- Toda pessoa é vocacionada, é eleita por Deus.
- Deus elege por causa de alguns (comunidade) e esta eleição se manifesta no nosso dia a dia.
A mensagem do Evangelho à um convite contínuo a seguir Jesus Cristo. Vem e segue-me. (Mt 9,9 ; Mc 8,34; Le 18,22; Jo 8,12).
VOCAÇÃO FUNDAMENTAL e VOCAÇÃO ESPECÍFICA
VOCAÇÃO FUNDAMENTAL: o chamado de cada pessoa: à vida, a ser Filho de Deus, a ser Cristão, a ser Igreja. A tomar consciência de que todos somos irmãos e fazemos par te do Reino de Deus.
Pela revelação sabemos que todos os homens foram chamados por Deus a santidade (Gn 1,26; 2,7; lPe 1,15-16).
VOCAÇÕES ESPECÍFICAS são três: LAICAL - RELIGIOSA E SACERDOTAL
Essa escolha pessoal, de amor, é concretizada de uma forma bem objetiva no Sacramento do Batismo, que por isso se torna fundamento e fonte de todas as vocações. As vocações específicas, aquelas que cabem diferentemente a cada um. Algumas delas são mais usuais e comuns, como a de casal cristão, de leigo cristão, de catequista, de animador da caridade na comunidade. Outras são definidas pela Igreja como vocações de “singular consagração a Deus”, por serem menos usuais, mas igualmente exigentes e mais radicais no processo de seguimento de Jesus: são as vocações de sacerdote, de diácono, de religioso, de religiosa.
O mês vocacional quer nos chamar à reflexão para a importância da nossa vocação, descobrindo nosso papel e nosso compromisso com a Igreja e a sociedade. Reflexão que deve nos levar à ação, vivenciando no dia-a-dia o chamado que o Pai nos faz. Que a celebração do mês vocacional nos traga as bênçãos do Pai para vivermos a nossa vocação sacerdotal, diaconal, religiosa ou leiga. Todas elas são importantes e indispensáveis. Todas elas levam à perfeição da caridade, que é a essência da vocação universal à santidade.
Primeira semana: vocação para o ministério ordenado: diáconos, padres e Bispos
o sacerdócio: é um chamado exclusivo ao homem para seguir Jesus e para servir ao povo, ao rebanho a ele confiado por Deus.
O papel do sacerdote é dar continuidade a missão de Jesus Cristo. Celebra a Missa e ministra os sacramentos ( batismo, o sacramento da reconciliação (a confissão).
 Eles foram escolhidos por Deus, chamados por Jesus e enviados pelo Espírito Santo.
Segunda semana: vocação para a vida em família
A vocação da família. Se expressa na aliança da Trindade com a humanidade na continuidade e garantia da vida, e vida plena. Concretiza o projeto de Deus para os homens e mulheres que é vida e dignidade. No amor e na fidelidade da família se encontra o sinal visível e palpável, pelo sacramento do matrimônio, do amor e da fidelidade do próprio Deus. É o espaço e o ambiente ideal para aprofundar e formar a consciência vocacional das crianças, dos adolescentes, dos jovens; enfim, a responsabilidade vocacional de todos. Diz o Papa João Paulo II que “os pais servirão verdadeiramente a vida dos seus filhos, se os ajudarem a fazer da própria existência um dom, respeitando as suas escolhas maduras e promovendo com alegria cada vocação, mesmo a vocação religiosa e sacerdotal”. Que grandiosa e bela vocação tem a família.
A família, celeiro das vocações. A família, pelo sacramento do matrimônio, participa da missão educativa da Igreja, que é mestra e mãe. Denominada igreja doméstica a família oferece as condições favoráveis para o nascimento e o crescimento das vocações. As famílias têm a missão de educar seus filhos e filhas para uma autêntica vida cristã. Ao cultivarem os valores da fé a família abre espaços e tempos para que os filhos possam discernir o chamado de Deus.
Vamos seguir o exemplo da família de Nazaré que, em sua pequenez e humildade, se fez a servidora do Senhor. Somos todos, a família de Deus.
Terceira semana: Vocação para a vida Consagrada: religiosos(as) e consagrados(as)
A vocação à vida consagrada. O fundamento evangélico da vida consagrada está na relação que Jesus estabeleceu com alguns de seus discípulos, convidando-os a colocarem sua existência ao serviço do Reino, deixando tudo e imitando mais de perto a sua forma de vida. A origem da vida consagrada está, pois, no seguimento de Jesus Cristo a partir da profissão pública dos conselhos evangélicos. A referência vital e apostólica são os carismas de fundação. Sua função consiste em dar testemunho de santidade e do radicalismo das bem-aventuranças. Exige-se dos consagrados total disponibilidade e testemunho de vida, levando a todos o valor da vocação cristã. São sinais visíveis do absoluto de Deus através do sinal de Jesus Cristo histórico pobre, casto e obediente.
Quarta Semana: Vocação para os ministérios e serviços na comunidade
Um dia para os catequistas e os ministérios leigos. Eles são, por vocação e missão, os grandes educadores da fé na comunidade cristã. Junto com eles, e tendo-os como símbolo e referência, recordamos hoje também todos os que na comunidade e na sociedade assumem ministérios e serviços. Na Igreja do Brasil temos um número muito grande de catequistas. São homens e mulheres que, cientes de sua responsabilidade cristã, assumem o serviço de educar e formar crianças, jovens e adultos, preparando-os não só para os sacramentos, de modo particular a eucaristia, mas para testemunhar com a própria vida a pessoa de Jesus e o seu Evangelho. Da catequese familiar e eclesial depende a maturidade da fé dos cristãos e a vivacidade e o testemunho da Igreja.
A vocação do catequista. Ser catequista é ter consciência de ser chamado e enviado para educar e formar na fé. Sabemos que há diversidade de dons e de ministérios, mas o Espírito Santo é o mesmo. Existem diversos modos de ação, mas é o mesmo Deus que age em todos e realiza tudo em todos. É assim que nos diz a Bíblia, a Palavra de Deus. Carisma é um dom do alto, que torna seu portador apto a desempenhar determinadas atividades e serviços em vista da evangelização e da salvação. Todo catequista tem um carisma e recebe este dom, que assume a forma do serviço da catequese na comunidade. É uma graça acolhida e reconhecida pela comunidade eclesial, que comporta estabilidade e responsabilidade. Ser catequista é uma vocação e uma missão.

Profissão
Vocação
1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um trabalho
1. chamado de Deus para uma missão, que se origina na pessoa como reação-aspiração do ser
2. preocupação principal: o "ter", o sustento da vida
2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o serviço
3. pode ser trocada
3. é para sempre
4. é exercida em determinadas horas
4. é vivida 24 horas por dia
5. tem remuneração
5. não tem remuneração ou salário
6. tem aposentadoria
6. não tem aposentadoria
7. quando não é exercida, falta o necessário para viver
7. vive da providência divina
8. na profissão eu faço
8. ha vocação eu vivo

Precisamos distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Veja o quadro abaixo e observe a distinção entre uma e outra:

A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma beleza particular, é o caminho de santidade.






                                      Senhor,
Tu me deste a vida e me chamaste pelo nome.
Em meio a tantas vozes e apelos do mundo,
eu quero ouvir a tua voz.
Tens sobre mim um apelo de amor.
Tu me conheces a fundo e sabes o que mais me convém.
Ilumina-me,
Senhor, com teu Espírito e mostra-me o caminho que devo seguir.
Dá-me força, coragem e alegria,
para assumir a minha vocação.
Eu quero viver, do jeito de Maria,
firme e forte no SIM à tua Vontade:
"Faça-se em mim, Senhor,
segundo a tua Palavra."
                            Amém!