quarta-feira, 22 de maio de 2019

“...SOPROU SOBRE ELES E DISSE: ’RECEBEI O ESPÍRITO SANTO’” (JO 20,22).
A reflexão bíblica é elaborada por Adroaldo Palaoro, sacerdote jesuíta, comentando o evangelho da Solenidade de Pentecostes - Ciclo B (20/05/2018) que corresponde ao texto bíblico segundo João 20,19-23.
Pentecostes é uma festa eminentemente pascal. Sem a presença do Espírito, a experiência pascal não teria sido possível. Ressurreiçãoascensão, irrupção do Espírito e missão eclesial aparecem aqui intimamente articuladas. Não são momentos isolados, mas simultâneos, progressivos e dinamizadores na comunidade dos(as) seguidores(as) de Jesus.
O Ressuscitado, através da eficácia do sopro do Espírito, reconstrói as relações rompidas, afasta o medo, abre o horizonte da missão... Com a força do Espírito, a vida se torna profecia de ressurreição.
sopro incontrolável do vento revela a liberdade de ação de quem é movido pelo Espírito. Como não se pode segurar, determinar o rumo, exercer controle sobre o vento, o mesmo se dá com a pessoa que recebe o sopro do Espírito. Sua capacidade de fazer o bem torna-se ilimitada. Nada a detém quando se trata de demonstrar, com gestos concretos, o amor ao semelhante; esse amor que ela traz dentro de si permite-lhe expressar, de maneira criativa, sua solidariedade e sua presença inspiradora. Tudo, em sua vida, torna-se novo, pois o Espírito não lhe permite cair na rotina e na inatividade, características de quem perdeu a razão de viver.
O Espírito que nos habita não é um Espírito de medo que recusaria a novidade; é um Espírito que nos torna capazes de inventar, criar, decifrar, abrir novos caminhos, a fim de permitir às mulheres e aos homens de hoje encontrar e reconhecer o Cristo sempre vivo através dos seus discípulos.
A festa de Pentecostes é uma ocasião privilegiada para nos aproximar do mistério do Espírito através de imagens que tem muita relação com nossas experiências vitais.
Que sentimos quando parece que nos afogamos, porque nos falta ar, e de repente podemos respirar a ar fresco a pleno pulmão? E quando temos muita sede e alguém nos oferece água? Ou quando estamos muito cansados e alguém se aproxima para nos ajudar e nos animar? Que sentimos quando uma pessoa está ao nosso lado e nos ajuda nos momentos de enfermidade e de medo?
A palavra “Espírito” é um termo latino, e seu uso se generalizou. Em hebraico se fala “ruah”, termo feminino, que indica vento, ar, alento, vida, amplitude, espaço ilimitado... Tem conotações muito mais ricas e vitais que o termo “espírito”. A totalidade de nosso ser está empapada do Ruah de Deus.
O termo “ruah” evoca também o sopro do vento, a brisa fresca que traz a chuva, considerada como uma benção. Evoca também o mistério e a presença de Deus, similar ao vento, porque se nota sua presença, mas não se pode vê-lo.
A ação da “ruah” nos seres humanos refere-se, portanto ao alento de vida de Deus que há em cada um, à abundância de Vida divina que está presente no interior de cada homem e cada mulher e na história.
As angústias e os sofrimentos mais radicais do ser humano são acolhidos e transformados pelo sopro do Espírito: um sopro vital que possibilita a vitória da esperança contra o desespero, da comunhão contra a solidão, da vida contra a morte.
Espírito é sopro, hálito, vento que gera vida, que move, impulsiona e sopra onde quer. De onde vem e para onde vai não é fácil dizer. No entanto, está presente, se faz sentir, age. Sopra, despoja, subverte, sepa-ra, varre, empurra, levanta, expande, toca de leve... Aparecem e permanecem os sinais da sua passagem.
É um vento leve, refrescante, novo, penetrante, inovador, cambiante; um sopro sutil, interior, profundo; um sopro que não pode ser detido, sufocado.
Ao mesmo tempo é um vento impetuoso, desafiador e perigoso, pois pode conduzir a direções inimagináveis. Envolve, mas não invade. Interroga, mas não condena. Arrasta, mas não constrange. Oferece, mas não impõe. Presente, vital, essencial, livre, libertador. Pode ser acolhido e tudo torna-se novo.
Por isso, quem se deixa mover pelo Sopro sente sua força e reconhece sua ação. E, sem perder o chão da realidade e da história, aspira por algo mais alto, mais profundo, mais bonito e transcendente.
Quem se deixa mover pelo Espírito é imprevisível e não se deixa enquadrar pelas idéias cristalizadas e nem se fecha em atitudes petrificadas. Quem se deixa conduzir pelo Espírito não se contenta com a superficialidade e a mediocridade: abre espaço para a força do “mais”. Deseja voar mais alto e mergulhar o mais profundo, busca novidades, é dinâmico, muda de paradigmas e desfruta do presente, sem se desconectar do passado e do futuro. Quem assim o faz renasce sempre, a mudança é seu hábito de vida.
É preciso resgatar, no dinamismo do seguimento de Jesus, a força, a beleza e a fecundidade da dimensão espiritual de todo ser humano. Ao referir-nos à espiritualidade cristã, estamos situados frente uma “vida segundo o Espírito” (Rom. 8,9), uma vida nascida, orientada e alimentada pelo Espírito Santo; estamos, pois, frente à experiência original que torna cristã uma pessoa: ser habitada pelo mesmo Espírito que habitou Jesus de Nazaré.
Espiritualidade vem de “spiritus” e tem a ver com respiração, um alento que vem de dentro, um fogo e um calor, uma energia e força que brotam e sustentam o íntimo da pessoa espiritual.
Espiritualidade é a arte de respirar corretamente, cada vez de forma integral, atenta e concentrada, a partir do âmago, da profundidade, mas também de maneira natural e leve. Quem cultiva essa respiração integral, esse alento e fôlego do espírito dentro de si, consegue caminhar mais longe, ir mais adiante, ser mais criativo e intuitivo, não desanima ou esmorece quando muitos já estão com a língua de fora.
Espiritualidade significa, antes de mais nada, não perder o fôlego interior em qualquer circunstância da nossa vida. Somos “pessoas espirituais” quando exercitamos tão bem a arte e o alento do espírito que, mesmo nas situações mais difíceis da vida e do caminho, não perdemos a energia, o fôlego, a consistência. A força do espírito nos conduz sempre adiante.
Como “filhos e filhas do Vento” basta deixar-nos envolver pelo Sopro e escutar aquela voz que habita a dimensão mais profunda da vida e que se aninha nas cavidades mais secretas de nossa existência.
Espiritual” é alguém que cultiva e cuida da respiração interior do seu ser com o mesmo cuidado que tem o camponês quando trabalha a terra e a plantação. Apenas aquelas pessoas que se mantêm próximas ao chão, às raízes da vida, conseguem manter também esta postura totalmente radical, a “humilitas” que vem de húmus, o chão escuro, úmido e fértil da terra.
Esta radical humildade, que vem da proximidade do chão e da comunhão com a terra, desperta piedade, respeito, cuidado, atenção, sensibilidade, misericórdia e, sobretudo, coragem e compaixão.
Nesse sentido, a busca pela espiritualidade vem de baixo, das raízes do humano, ela salta das profundezas da alma humana, não vem de cima, do além. A busca da espiritualidade nasce do ímpeto interior do ser humano por ser livre, por superar-se e poder crescer integralmente.
Espiritual é, portanto, a pessoa humilde, que vive da força que vem das raízes, que tem suas raízes fincadas profundamente no chão da vida, como uma árvore.
Para meditar na oração
Deixe que o Sopro liberte seu corpo de todas as memórias negativas que o entulham, devolvendo ao seu espírito sua inocência, sua disponibilidade, sua energia...
- Acolha simplesmente o Sopro em seu interior. Deixe que o Espírito desça ao mais profundo de você mesmo.
- Acolha-o com gratidão, simplesmente expirando e inspirando. Por alguns instantes, seja um com o Sopro.
- O Sopro que respira em você é o mesmo que respira em todo o Universo.
- Deixe o Ser respirar em você, sendo inspirado e expirado. Respire em Sua presença para o seu bem-estar e para o bem-estar de todos. Viva conscientemente o Sopropresente em você!
Era o primeiro dia da semana. Ao anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: «A paz esteja com vocês.» Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor.
Jesus disse de novo para eles: «A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.» Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: «Recebam o Espírito Santo. Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados.»
Leitura do Evangelho de João 20,19-23 (Corresponde à Solenidade de Pentecostes, ciclo B do Ano Litúrgico).
O comentário é de Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.
Para o Espírito não há barreiras
A Festa de Pentecostes, coração do Mistério Pascal, é a Festa do Espírito Santo. Originariamente, era uma festa agrícola, na qual se agradecia a Deus a colheita da cevada e do trigo. No século I tornou-se a festa histórica que celebrava a aliança, o dom da Lei no Sinai e a constituição do Povo de Deus.
Nessa festa, eles renovavam os compromissos da Aliança com o Deus Libertador que cuidava do seu Povo que havia saído do Egito, que caminhou pelo deserto e fez aliança com ele através das tábulas da Lei.
No capítulo 2 do livro de Atos dos Apóstolos (primeira leitura deste domingo) Lucassitua esta Festa neste dia como uma celebração da nova Aliança que Deus faz com o novo povo de Deus animado pelo Espírito Santo. Ele é a nova Lei que anima a vida dos crentes, das comunidades que iam nascendo. O Espírito gera vida e está sempre presente no coração de cada uma e cada um dos discípulos. Ilumina o caminho da Igreja nascente, e ilumina seu caminhar, como havia dito Jesus: “O Espírito é que dá a vida, a carne não serve para nada. As palavras que eu disse a vocês são espírito e vida.” (Jo 6,63).
Jesus tinha prometido aos discípulos e discípulas que não os deixaria órfãos, porque ele voltaria. Também havia dito: “Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele”. Para compreender suas palavras ele promete o Espírito Santo, “Advogado que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.” (cfr Jo 14).
O Espírito Santo é quem ajuda a compreender as palavras de Jesus e a vida que o move a atuar com tanta liberdade. O Espírito é entendimento, força, sabedoria, discernimento, mas, como disse Paulo aos Coríntios, o Espírito é o mesmo.
No texto que lemos hoje, estamos no primeiro dia da semana. É o começo de uma nova semana, mas já está anoitecendo. O dia está desaparecendo no horizonte e a obscuridade começa a reinar: anoitece.
As dificuldades da perseguição e a crueldade da paixão vivida pelo Mestre abatiam os discípulos e discípulas que ainda sofriam suas consequências. Eles sabiam que Jesus estava ressuscitado, mas isso ainda não era uma alegria completa. Não era fácil entender o que havia acontecido. Eles permanecem com as portas fechadas: "estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades dos judeus".
Essas portas fechadas por medo convidam-nos a perguntar-nos: quais são nossas portas fechadas?
Fechamos nossa interioridade, e nossa aparência oculta atitudes, sofrimentos, nossa história, nossa origem?
Fechamos nossas comunidades às mudanças que traz o Espírito, porque nos desestabiliza, nos faz mudar os projetos, nos tira da nossa segurança?
Fechamos nossos ouvidos para não escutar sua voz? Tapamos nosso olhar para não ver aquilo que nos compromete?
Obstruímos possíveis aberturas para que nenhum vento possa entrar e esfriar nosso bem-estar?
Temos medo do quê? Pessoas, situações, experiências que não queremos viver de novo? Reconhecemo-nos necessitados da força do Espírito e ansiamos por sua presença?
Como a comunidade primitiva, precisamos do Espírito Santo, Espírito que fortaleça, Espírito que nos renove desde nossa mais profunda interioridade.
Apesar de estar com as portas fechadas, Jesus entra e o que oferece primeiro aos discípulos, e também a cada um e cada uma de nós, é sua paz.
A paz do Consolo, a paz da sua presença que nos reúne num só corpo. Uma paz que permanece em nós, serenando os conflitos interiores, pessoais, comunitários ou culturais. Uma paz que não se conquista com a luta, porque é a paz que oferece Jesus Ressuscitado pela força do seu Espírito que sopra sobre nós e nos enche de sua presença:“Jesus soprou sobre eles, dizendo: Recebam o Espírito Santo”.
Neste domingo, peçamos ao Espírito que sopre sobre cada um e cada uma de nóspara renovar-nos por dentro. Que nos encha de sua paz para que sejamos assim comunicadores de sua vida Ressuscitada, que desvende nossos olhos, liberte nossa mente, abra nossos ouvidos e sejamos reconstruídos pela sua Vida.
Por isso, neste domingo de Pentecostes, acolhamos humildemente o Amor do Pai e do Filho que é o Espírito Santo, para colaborar com a obra de Deus: “que todos sejam um, como tu Pai em mi e eu em Ti” (Jo 17,21).
Oração
Peçamos a Jesus que envie sobre todos os cristãos e cristãs, sobre toda a humanidade, seu Espírito Santo. Através desta oração busquemos conhecê-lo e crescer numa relação de amizade com Ele.


Vem, Espírito Santo
Vem,
ou melhor, vamos:
Faze que nós vamos
aonde Tu nos levas. 
Tu nunca Te ausentas,
ar que respiramos, 
vento que acompanhas,
clima que aconchegas.
Vem, Para levar-nos
por esse Caminho,
o Caminho vivo,
que conduz ao Reino.
Vem,
para arrancar-nos,
numa ventania
de verdade e graça, 
de tantas raízes
de mentira e medo
que nos escravizam.
Vem, feito uma brisa, 
para amaciar-nos,
feito um fogo lento,
um beijo gostoso, 
a paz da justiça,
o dom da ternura,
a entrega sem cálculos,

domingo, 12 de maio de 2019




Mãe:
palavra pequena, mas com um significado infinito, pois quer dizer amor, dedicação, renúncia a si própria, força e sabedoria. Ser mãe não é só dar a luz e sim, participar da vida,
As mães espirituais são aquelas que nos geraram em amor e oração. Preocuparam-se com nosso crescimento espiritual a ponto de doarem tempo e paciência..
Mãe é quem ama e cuida!

quinta-feira, 9 de maio de 2019


Oração


Coração Eucarístico de Jesus, que fostes o centro de luz, de força e de apostolado da Santa Benedita Cambiagio, concedei ás suas Filhas, Beneditinas da Providência e a todos os fiéis, saber haurir do SS. Sacramento coragem e força para enfrentar as dificuldades cotidianas, imitar seus exemplos e corresponder ás Vossas graças.
Glória ao Pai.


domingo, 5 de maio de 2019


SANTA BENEDITA CAMBIAGIO FRASSINELLO
FUNDADORA DAS
IRMÃS BENEDITINAS DA PROVIDÊNCIA
DE RONC SCRIVIA (GENOVA)







 
NOVENA Á SS. TRINDADE
PARA OBTER GRAÇAS POR INTERCESSÃO DA
SANTA
BENEDITA CAMBIAGIO FRASSINELLO


Pai nosso que estais nos céus e derramastes tantas graças sobre a Santa Benedita, doando-lhe um especial abandono em vossa paternal Providência, peço-vos, por sua intercessão, conceder-me a graça que solicito.
Glória ao Pai.


Filho eterno do Pai, feito homem por nosso amor, que quisestes fazer da Santa Benedita uma participante de vossa cruz, infundindo-lhe vivo amor ás humilhações e aos sofrimentos, peço-vos, por sua intercessão, conceder-me a graça que solicito.
Glória ao Pai.


Amor do Pai e do Filho, eterno Espírito Santo, que com a unção de vossos santos dons regestes e guiastes no caminho da santidade e do apostolado a Santa Benedita, peço-vos, por sua intercessão, conceder-me a graça que solicito.
Glória ao Pai.



Oração


Coração Eucarístico de Jesus, que fostes o centro de luz, de força e de apostolado da Santa Benedita Cambiagio, concedei ás suas Filhas, Beneditinas da Providência e a todos os fiéis, saber haurir do SS. Sacramento coragem e força para enfrentar as dificuldades cotidianas, imitar seus exemplos e corresponder ás Vossas graças.
Glória ao Pai.






quarta-feira, 1 de maio de 2019



São José operário 



Glorioso São José, modelo de todos os que se dedicam ao trabalho, obtendo-nos do Criador do universo a graça de trabalhar com consciência, cumprindo com fidelidade nosso dever de trabalhar com reconhecimento e alegria. Agradecendo as qualidades recebidas de Deus como um chamado divino para colaborar na obra da criação e aperfeiçoamento deste mundo.
A graça de trabalhar com ordem, paz, moderação, paciência e eficiência, sem nunca recuar perante o cansaço e as dificuldades; de trabalhar em espírito de  doação, trabalhar, sobretudo, com desapego e dedicação.