sexta-feira, 21 de outubro de 2011

MATURIDADE HUMANA E AFETIVA NA VIDA RELIGIOSA

Maria Del Pilar Sanz Molinos
















MATURIDADE HUMANA E AFETIVA  NA VIDA RELIGIOSA


















BRASÍLIA
2011

MATURIDADE HUMANA E AFETIVA NA VIDA RELIGIOSA


Introdução

Este estudo tem como objetivo aprofundar o desenvolvimento da pessoa humana tendo vista os estágios de Erik H. Erikson, especialmente o sexto e o sétimo estágio, e a vivencia destes na Vida Religiosa. Para compreender os estágios do desenvolvimento nesta perspectiva e alcançar a integridade como sinal de maturidade humana e viver intensamente nos tornando aquela pessoa que Deus desejou que fôssemos parece  importante  a afirmação de Melo.

Erikson propõe uma concepção de desenvolvimento em oito estágios psicossociais, perspectivados por sua vez em oito idades que decorrem desde o nascimento até à morte, pertencendo as quatro primeiras ao período de bebê e de infância, e as três últimas aos anos adultos e à velhice, cada estágio é atravessado por uma crise psicossocial entre uma vertente positiva e uma negativa. (MELO, 2011)


Segundo Melo ( 2011), O sexto estágio – intimidade/isolamento – ocorre entre os 20 e os 35 anos, aproximadamente. A tarefa essencial deste estágio é o estabelecimento de relações íntimas (amorosas, e de amizade) duráveis com outras pessoas. A vertente negativa é o isolamento, pela parte dos que não conseguem estabelecer compromissos nem troca de afectos com intimidade. Questão chave deste estágio: Deverei partilhar a minha vida ou viverei sozinho?
O sétimo estágio – generatividade/estagnação – (35 - 60 anos) é caracterizado pela necessidade em orientar a geração seguinte, em investir na sociedade em que se está inserido. É uma fase de afirmação pessoal no mundo do trabalho e da família. Há a possibilidade do sujeito ser criativo e produtivo em várias áreas. Existe a preocupação com as gerações vindouras; produção de ideais; obras de arte; participação política e cultural; educação e criação dos filhos. A vertente negativa leva o indivíduo à estagnação nos compromissos sociais, à falta de relações exteriores, à preocupação exclusiva com o seu bem estar, posse de bens materiais e egoismo.

MATURIDADE HUMANA E AFETIVA

                                 
O termo maturidade vem do crescimento de uma fruta. Amadurecer é um processo de crescimento. Madura é uma fruta quando chegou a ser aquilo que deve ser e quer ser, de acordo com sua determinação, sua essência.( GRUN E SARTORIUS, 2008)

O amadurecimento humano tem como aspecto central a maturidade psico-afetiva. Assim, os critérios elencados por diversos autores para descrever a maturidade humana, tem como conotações a maturidade psico-afetiva.

Allport propõe seis critérios para delinear a maturidade humana:
1.                  Extensão do senso do Eu: desprendimento progressivo do imediatismo do corpo e do egocentrismo no ser humano.
2.                 Relação cordial com os outros: a pessoa chega a uma grande profundidade e variedade de relações humanas;
3.                 Segurança emocional: auto-aceitação e tolerância à frustração;
4.                 Percepção realista, habilidade e empenho: visão realista do mundo exterior e capacidade de encontrar uma satisfação suficiente ao nível do real, sem evasão para o mundo imaginário.
5.                 Auto-objetivação, compreensão de si e senso de humor: visão realista e objetiva de si mesmo e aceitação emocional da própria realidade;
6.                 Concepção unificadora da vida: integração da afetividade no ideal de vida.

A pessoa madura goza de uma notável liberdade interior e se torna capaz de amar e ser amada,  tem autonomia afetiva.
Sabe lidar consigo mesma e com outras pessoas, e capaz de se relacionar e de trabalhar em equipe, vive serena, com paz interior, fecundidade e criatividade.
O amadurecimento humano tem passos decisivos que acontecem no relacionamento consigo mesmo, com os outros e com as coisas. Neste aspeto, a maturidade não é algo pronto, terminado, mas é sempre em continuo processo, em continuo dinamismo.
Para C.G.Jung, amadurecimento significa assumir o caminho da individuação  ou auto-realização, avançando não só na própria individualidade, mas também na imagem de Deus.
É importante neste amadurecimento ceder espaço dentro de si a imagem de Deus desapegando-nos do nosso pequeno ego.

MATURIDADE ESPIRITUAL

O amadurecimento em sentido espiritual significa que a pessoa leva a plenitude a imagem que Deus fez nela realizando seu próprio ser, “chegando a encontrar a forma a ela destinada por Deus”.(Grun 2008 ).
Romano Guardini afirma que cada pessoa é uma palavra proferida por Deus apenas sobre essa pessoa singular. Deus nos fala através no nosso corpo, da alma e dos nossos relacionamentos.
A maturidade na Vida religiosa requer experiência do amor divino vivida na fidelidade apaixonada.

PROCESSO DE AMADURECIMENTO

A maturidade afetiva vai sendo adquirida em um processo longo e paulatino, através das diferentes etapas da vida, é um caminho. Trata-se do autoconhecimento e controle dos próprios afetos, de uma maneira livre e constante. É a capacidade de amar intensamente e se deixar amar por Deus e pelos outros. Alguns elementos importantes neste processo para a maturidade pessoal são atingir um sentido sadio de identidade pessoal, sentido de intimidade e sentido de transcendência pessoal.
Em cada uma das etapas da vida, a pessoa vive a maturidade afetiva de uma maneira específica e, conforme vai avançando neste processo vital, também está chamada a se identificar com os sentimentos de Cristo, através de um sentido de identidade, de intimidade e de transcendência.
Sentido de identidade pessoal: quando se é capaz de responder à pergunta “Quem sou?”, e através de uma adequada auto-estima, que – por sua vez – implica um autoconhecimento de aspectos positivos e negativos da personalidade, assim como auto-valorização, auto-confiança, auto-controle e auto-afirmação.
Sentido de intimidade pessoal: é a capacidade de se relacionar, de maneira íntima, com as demais pessoas, de dar e de receber afeto, assim como de viver relacionamentos amistosos com distinto grau de profundidade no equilíbrio e na harmonia. 
Sentido de transcendência pessoal: quando se é capaz de responder à pergunta “Para que existo?”. Trata-se de encontrar um sentido para a própria existência.

Portanto, a pessoa madura é aquela que possui:

•Verdadeiro conhecimento de si mesma.

•Aceitação de si e das outras pessoas.

•Reconhecimento de qualidades e aptidões, assim como das próprias limitações.

•Reconhecimento de emoções e sentimentos.

•Capacidade de amar e ser amada.

•Independência nas relações pessoais.

•Capacidade de criar relacionamentos amistosos e profundos

• Autocontrole. (ALMAS, 2011)


1-FASE DA INTIMIDADE X ISOLAMENTO ( 20-35 ANOS).
Toda pessoa precisa encontrar o significado de sua existência, porque – de outro modo – viverá um vazio existencial que a leva a experimentar uma sensação de desespero e de insatisfação em sua vida pessoal.
Para Erikson o jovem adulto passa pela fase da Intimidade X Isolamento, onde deseja um relacionamento afetivo íntimo, duradouro e continuo, através de relações profundas, buscando, também nessa fase, a construção de uma carreira profissional que lhe dê estabilidade e boa condição financeira.

MATURIDADE HUMANA E VIDA RELIGIOSA

 ETAPAS EM QUE SE IDENTIFICA A AÇÃO MADURA DO HOMEM



No caminho formativo na vida consagrada, podemos propor um feed back na caminhada de cada pessoa como o escopo de, neste exercício, rever e reesignificar valores da vida em prol do amadurecimento e da correção das atitudes através do aprendizado com o passado, levando sempre o indivíduo a uma nova percepção de si. Esta nova percepção, que deveria resultar num homem novo, como fala Paulo, está, no processo formativo, diretamente relacionado à dimensão humana do formando e que deve estar sempre presente à compreensão do formador. Querer fazer de um homem um santo desconsiderando sua intrínseca humanidade é no mínimo bobagem. Daí a necessidade de se resgatar a história do vocacionado (a). 
Esta retomada da própria história deveria fazer com que “a própria vida torne-se como uma contínua descoberta do sentido da presença e da ação de Deus nela. E é exatamente dessas descobertas que emerge uma certa maneira de conceber a maturidade da própria humanidade” (CENCINI, 2002). Nesta perspectiva, o autor traça quatro pontos ou etapas em que se identifica a ação madura do homem: 

1 – Da sinceridade à verdade: 2- Força na fraqueza:  3 – Liberdade de projetar-se: 4 – Entrega da vida:

Vou aprofundar a 2ª  etapa, força na fraqueza, como etapa central deste estudo.
2 – Força na fraqueza: neste ponto Amedeo  toca numa ferida constante em muitos processos formativos, a idéia de maturidade como inabalabilidade. A maturidade considerada como um escudo inabalável, forte e perene. Ferida essa sempre remexida tanto por formandos como por formadores. O autor explica que existem jovens que atravessaram todas as fases formativas sem a ajuda de ninguém ou sem permitir que os ajudassem a decifrar sua própria inconsistência, e que, em muitos casos, depois da profissão perpétua e da ordenação, a crise explodiu pontualmente ou até com mais freqüência.  (CENCINI, 2002 p. 144). 
A valorização dos momentos de fraqueza nos ensinam a conviver com diversas situações de fraqueza dos outros e nos ensinam a humildade do rezar. “A sensação sofrida de vulnerabilidade e impotência coloca quem crê de joelhos diante de Deus, faz com que busque a ajuda e a força que não encontra dentro de si (...)” (CENCINI, 2002 p. 145). 
Neste processo de amadurecimento o que importa é a necessidade de  fazer cada vez mas consciente nossa motivação primaria, amar a Deus de todo coração . É um processo duplo de amar a Deus e ser profundamente amados por Ele. E saber que Ele vem ao nosso encontro sempre, e em resposta dirigimos o nosso amor a Ele. A pessoa que opta pela vida religiosa cria uma busca constante de colocar a Deus no centro de toda a sua capacidade de amar, e todas as demais pessoas, compromissos e coisas integradas nesse amor.
IDADE E =  MATURIDADE?

Existe uma idade biológica e uma idade espiritual que não se correspondem necessariamente.
Há pessoas jovens que espiritualmente são adultos em Cristo, e há pessoas adultas que espiritualmente, são ainda crianças.
A vida espiritual normalmente não segue uma línea reta, mas sim ondulada. O seja os esquemas do crescimento espiritual não são totalmente rígidos. Além disso, sabemos que a vida espiritual está sempre aberta ao extra-ordinário, já que o Espírito Santo sopra onde quer (João 3,8).
É muito importante, nos recorda a Conferência de Aparecida, a dimensão formativa que funda o ser cristão na experiência de Deus manifestado em Jesus e que o conduz pelo Espírito através dos cominhos de profundo amadurecimento ( Aparecida, n.280b).
Todos deveríamos deixar-nos plasmar dia a dia pelo Espírito Santo até chegar a ser “homens e mulheres perfeitos, na medida da plenitude de Cristo” ( Ef 4,13).
A nossa tarefa como formadores é ser instrumento nas mãos de Deus para ajudar as pessoas, a nós confiadas, a olhar para Cristo, deixar-se transformar pelo seu amor incondicional (fazer experiência) até chegar a essa plena transfiguração  que se realizará completamente na ressurreição. Entretanto temos a tarefa apaixonante de acompanhar os formandos neste caminho onde Cristo se revela como doador do amor e ao mesmo tempo como mendigo de amor.
O que mais dói para Deus è a falta de confiança no seu amor. Não confiar nele. É muito importante tirar as idéias falsas de Deus que a pessoa carrega. O coração de Deus é infinito, não podemos projetar a pequenez do nosso coração limitado, julgar com a nossa corta medida de amor. Deus ama a cada pessoa indistintamente e incondicionalmente  (cf Isaias 49,15).
Experimentar esse amor, pleno e incondicional levará a pessoa a sentir que é amada como ser único e irrepetível, sem depender de suas qualidades ou defeitos. O amor de Deus é o único que nos liberta totalmente. Viver no seu amor será a nossa eterna felicidade. (Jer 31,3)

UM NOVO JEITO DE RELACIONAR-SE

Jesus inaugura um novo jeito de se relacionar com seus discípulos. Um modo próprio de expressar afeto, de estabelecer relações e de gozar da companhia e do amor dos outros, procurando a sua companhia e deixando-se encontrar.
Jesus nos manda amar- nos uns aos outros ( Jo 15,2), amando a cada um com a mesma benevolência de Deus.
Assim a pessoa se vai libertando progressivamente da necessidade de colocar-se no centro de todos e aprende a  centrar todo afeto em Deus, tendo a certeza de ser amado como ser único, e de poder e dever amar. De tal modo que há certeza do amor recebido torna-se amor doado. De graça recebeste de graça deves dar ( Mt 10,8).
Não importa onde estamos nem o que fazemos, mas a mente sempre olhando para a vontade de Deus. Esta é a grande diferença entre a vida consagrada e o trabalhador numa obra social. A pessoa consagrada vive completamente entregue ao coração de Cristo, de tal forma que tudo contribui para se tornar Aquele que ama e procura: Jesus. O amor, a misericórdia, a bondade, a compaixão, a verdade, vão transformando a pessoa até chegar a plena estatura de Cristo. “É o Deus que carrega em seu coração e que  encontra em suas orações, nas pessoas e na transubstanciação do planeta no reino de Deus que impulsiona a sua vida”. (CHITTSTER, 1998. p.65)

A gratidão e alegria de viver por estar em comunhão com a Fonte da Vida, ajudarão a viver em intima comunhão com Cristo e a ter o momento da nossa plena comunhão com Ele.

                            Conclusão
A maturidade espiritual e a maturidade humana estão intimamente ligadas. Não há amadurecimento espiritual sem amadurecimento humano.
A nossa vida é um caminho no qual podemos, em cada etapa, ter certeza de que Deus caminha conosco, e de que seu amor nos envolve e nos acompanha. Quando nos abrimos ao Espírito de Deus, Ele penetra as nossas estruturas e opera em nós uma continua transformação chegando a “plena estatura de Cristo”, meta do nosso amadurecimento humano e espiritual.
Chegaremos assim a ser pessoas transparentes ao amor divino que quer transformar o mundo através de nós. Pessoas amorosas, pacificas, alegres, apaixonadas, que fazem da sua vida uma contínua doação, que sabem de suas fraquezas, mas confiam unicamente em Deus, pelo qual são continuamente modeladas.





 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ALMAS, Elementos da maturidade afetiva na vida consagrada.  Revista,Amar mas e melhor, vida consagrada. Disponível http://pt.almas.com.mx/almaspt/artman2/publish/Elementos_da_maturidade_afetiva_na_vida_consagrada2.php Acesso em 27 mar,2011

BIBLIA . Português.  Bíblia sagrada. Tradução  Ivo Storniolo . Paulos,, 2044. Edição Pastoral.

CENCINI, Amadeo.  Os sentimentos do Filho: Caminho formativo na vida consagrada, Paulinas 2002. O respiro das vida. Paulinas, 2004.

CHITTISTER,Joan. Fogo sob as  cinzas:  Uma espiritualidade  da vida religiosa contemporânea .Paulinas, 1998.

DOCUMENTO DE APARECIDA, Texto conclusivo da V Conferencia Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, Paulinas-Paulos-CNNBB,13-31 de maio de 2007.

GRUM, Anseln; SARTORIIUS,Christina. Amadurecimento espiritual e humano na vida religiosa Paulinas 2006.

 LORENZO, Flabio Marchasini, Ouro testado no fogo: Acompanhamento psicológico entre mistério e seguimento. Paulinas 2007

MELO,Teoria psicossocial de desenvolvimento em Erik Eriksom. Revista psicologada artigos. Disponível : http://artigos.psicologado.com/psicologia-geral/desenvolvimento-humano/teoria-psicossocial-do-desenvolvimento-em-erik-erikson. Acesso em 27 mar. 2011


Maria Del Pilar Sanz Molinos
Irmãs Beneditinas da Providência
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sábado, 15 de outubro de 2011

TEOSE- FAZER TUDO COM JESUS


TEOSE- FAZER TUDO COM JESUS

Teose quer dizer que Deus é o centro da minha vida. Fazer tudo”com Jesus”, é diferente de fazer tudo “ por amor a Jesus”. Fazer tudo com Jesus é chamar  Ele para fazer as coisas comigo.
Antes e tomar uma atitude, antes de realizar qualquer atividade e bom convidar a Jesus a fazer comigo, tudo muda. Não realizo as coisas por conta própria, não faço no meu próprio nome. Ao longo do dia podemos repetir este pedido: Jesus “vem comigo” para fazer isto o aquilo! Jesus fica comigo.
Um teólogo italiano afirma que o mais pequeno ato de caridade deve ser
“ um capolavoro di bellezza”.
Quando Jesus permanece comigo naquilo que faço, penso, tudo fica colorido.  As atitudes, as palavras, tudo é vida.
Quando eu fico sozinha sempre tem alguma coisa que não é tão boa, a te mesmo muitas vezes é ruim. Por isso que Jesus nos presenteia com  mandamento “ novo”, uma nova forma de amar!, que não é “ kainos”, mas “ Neos” ( grego). Esta nova forma de amar nos traz uma “novidade na qualidade” do amor.
Uma novidade teológica, absoluta que antes não conhecíamos e que Jesus nos doa com a Sua presença.
No amor fraterno Jesus se faz presente, amor que antecipa a Eucaristia.
Pedimos a Jesus que abra os nossos corações e os nossos olhos para fazer tudo com Ele e amar com o seu próprio amor.
Hna M Del Pilar Sanz   12/10/2011

domingo, 2 de outubro de 2011

Santa Benedita, parabens! 02/10/2011

Congregação das Irmãs Beneditinas da Providência



Santa Benedita nasce em Langasco (Genova – Itália) no dia 2 de outubro de 1791..
Recebe dos pais uma profunda educação cristã que enraízam nela os princípios da fé, formando assim um caráter forte e perseverante.
O caminho de Benedita á procura da vontade de Deus é bastante difícil, desejosa como é interiormente por uma dedicação a Deus desde a adolescência.
Em 7 de fevereiro de 1816 casa-se com João Batista Frassinello. Vivem no matrimônio dois anos; e depois de comum acordo fazem voto de castidade ante o Bispo e começam a viver como irmãos, num clima de espiritualidade e caridade para o próximo.
Benedita e João experimentam então uma maternidade e paternidade espirituais, na fidelidade ao amor conjugal sublimado. Depois de procurar uma vida de oração e silencio na Vida religiosa, os dois
se dedicam generosamente na acolhida e na educação humana e cristã das jovens e crianças pobres e abandonadas de Pavía.
É a primeira mulher da cidade a advertir a necessidade da educação feminina, une ao ensinamento escolar a formação catequética e o trabalho. São estas as “armas” das quais se serve para transformar as jovens e crianças em modelos de vida e assegurar desse modo a verdadeira formação das jovens e crianças.
Por amor das jovens e crianças esta disposta a qualquer sacrifício: pessoal ou dos bens materiais, até da fama, mostrando assim a incomparável grandeza da “pedagogia do Evangelho”.
A particularidade da Obra e o programa educativo de Benedita são duramente criticados pela oposição de alguns poderosos, que se sentem contrariados por torpes desejos e também pela incompreensão de algumas pessoas do próprio clero.
Em julho de 1838 Benedita cede a sua Instituição ao Bispo Luis Tosi e com o marido e cinco irmãs deixa Pavia e muda para Ligúria, outra região da Itália.
Em Ronco Scrivia, cidade natal de João Batista, inicia uma outra escola para jovens e funda a Congregação das “Irmãs Beneditinas da Providência”
Ela vive o inconfundível espírito de ILIMITADA CONFIANÇA E ABANDONO NA DIVINA PROVIDENCIA, de amor a Deus através da pobreza e a caridade.
O Instituto das Irmãs Beneditinas da Providência desenvolve-se rapidamente. Em 1847 também em Voguera. Esta obra, 40 anos depois da morte da Benedita por iniciativa do Bispo, vira um instituto independente. Nesta circunstância as irmãs assumem o nome de “Irmãs Beneditinas da Divina Providência” em memória da fundadora delas, Benedita Cambiagio.
No dia 21 de março de 1858, Benedita morre santamente em Ronco Scrivia, no dia e hora por ela prevista. Ao redor dela acorrem um grande número de pessoas para uma última manifestação de estima e chorar a aquela que consideravam uma Santa.


Façam uma visitam e conheçam mais o trabalho das Beneditinas – Quadra 24, Lote 52, Setor Leste –GAMA ou no Centro Social São João Batista- PROJETO SER MAIS– Setor Sul. Telefone: 3965496 -39640097.