domingo, 24 de agosto de 2014

Evangelho de Mt 16,13-20

 É pela fé que reconhecemos Jesus como o nosso Deus e Senhor, o que não é fruto do esforço humano e sim, do acolhimento a este dom de Deus que é a fé. Mas não basta reconhecer Jesus como o Nosso Deus e Senhor e nem ser somente um admirador de suas palavras, é preciso comprometer-se com Ele, testemunhá-Lo no nosso dia a dia, aceitar o seu chamado, aderindo à sua proposta de vida nova!
Muitas vezes, professamos a nossa fé em Jesus, e até sentimos atraídos pelas suas palavras, mas quando tomamos conhecimento de que no seguimento a Ele inclui a cruz, tendemos a recuar, temos medo, um sinal de que ainda não temos uma fé suficientemente madura para aceitarmos o desafio da cruz!
O evangelho que a liturgia  nos apresenta, vêm nos despertar para a importância de conhecermos  bem Jesus, de nos tornar íntimos Dele!  Sem aprofundarmos no conhecimento à Jesus, ficamos no superficial da fé, na lógica dos homens, não vamos compreender que para ganhar a vida, é preciso passar pela cruz.
O texto nos diz que Jesus, no desejo de saber se os seus discípulos já haviam entendido o seu messianismo, pergunta-lhes: “Quem dizem  as pessoas ser o Filho do Homem? Para esta pergunta, surgiram várias resposta, afinal, é fácil responder em nome do outro, não compromete! Já quando esta mesma pergunta, é direcionada aos próprios discípulos, vem o silencio, pois desta vez, a pergunta requer uma resposta pessoal, uma resposta  que exige comprometimento. 
Pedro foi o único que respondeu, e respondeu com firmeza: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo.” Esta resposta agradou Jesus, pois Ele sabia que esta afirmação de Pedro, era fruto da sua convivência com Ele! Por esta  profissão de fé,  Pedro é convocado para  uma missão desafiadora: ser a pedra, sobre a qual, Jesus  edificaria  a sua Igreja. “... Tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja...”
Este episódio chama a nossa atenção sobre a responsabilidade de quem afirma conhecer Jesus! Saber quem é Jesus, é muito mais do que saber que Ele  é Deus, afirmar que O conhecemos implica em comprometimento com a sua causa.
Olhando a escolha de Pedro, para conduzir a  Igreja, podemos perceber que Jesus fundou  a sua Igreja sobre a fragilidade humana! Jesus não edificou a sua igreja sobre homens considerados grandes aos olhos do mundo, mas sobre Pedro, um homem de origem simples, que representa os homens de toda história da Igreja: homens santos e pecadores!
O texto nos diz  ainda que Jesus proibiu  os discípulos de revelar a sua identidade a quem quer que fosse, afinal, um povo que esperava um Messias triunfalista com poderes políticos, jamais aceitaria um Messias na condição de servo, alguém com  o olhar voltado para os pequenos! Jesus sabia que não seria reconhecido como Filho de Deus, sem antes passar pela cruz!
Numa comunidade, cujo o centro é Jesus, um líder não se destaca pela sua autoridade, e sim, pelo seu amor à Jesus transformado em serviço!
Qual a resposta que você daria hoje a essa pergunta de Jesus?  Que significa Jesus na sua vida? Qual o seu relacionamento com Jesus? Você reconhece Jesus como o Messias, o enviado de Deus, o Ungido, o Salvador? Ou você é um daqueles que vê um Jesus Cristo apenas histórico que ficou lá no passado? Você se submete a Jesus e aceita os seus caminhos de salvação veiculados pela Igreja criada por Ele? Você é um daquele que bate no peito e diz que Jesus é amor, mas na sua vida prática você não  ama? Ou você afirma  que Jesus é  Deus Senhor nosso, mas não o serve? Ou você aceita que Jesus é o enviado do Pai, mas não o escuta? Ah! Já sei. Você anda dizendo por aí que Jesus  é nosso irmão, mas na sua vida mesmo você não pratica a fraternidade.
            Prezados irmãos. O Evangelho de hoje nos conduz a parar por um momento e nos perguntar. Quem é Jesus na minha vida? Qual o melhor lugar para eu me encontrar com Jesus? Sabemos que Deus na Pessoa de Jesus está em toda parte, especialmente na Igreja e na pessoa do irmão. Jesus funda a Igreja humana escolhendo e enviando os primeiros padres e o primeiro Papa. Portanto, Cristo "é a Cabeça do Corpo que é a Igreja". Ao criar a Igreja, Jesus cria a redenção de todos nós principalmente para aqueles movidos de boa vontade e fé. Jesus após ressuscitar, investiu na Igreja e por meio da qual Ele estende seu reino sobre todas as coisas.
Como cabeça desta instituição Santa  que é a presença de Deus no mundo, Ele nos une dizendo: "Eu vos dou a minha paz,... Amem us aos outros...  ... pois é nesse amor que tendes uns pelos outros  que o povo vai reconhecer que sois meus seguidores, meus imitadores". E somente assim, prezados irmãos, é que poderemos anunciar a mensagem de Jesus ao mundo. Desse modo somos inseridos nos mistérios de sua vida associamo-nos a suas dores como o corpo à Cabeça, para que padecendo com ele, sejamos com ele também glorificados.
Ele nos escolhe, nos chama, provê a nossa subsistência. Porém respeita a nossa decisão de aceitar ou não o seu convite.  Uma vez que aceitamos o seu chamado, é grande a alegria no céu porque passamos a fazer parte daqueles que constituem a  Igreja, doando os nossos dons e talentos os quais recebemos de presente pelo próprio Pai, para contribuir comunitariamente para com  os caminhos da salvação, que foi iniciada por Jesus Cristo Nosso Senhor.

“Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo!” - disse Jesus – Renunciar a si próprio quer dizer, renunciar ao egoísmo, aos bens supérfluos, ao poder e à ganância, à vaidade e influência política. Renunciar a tudo que nos distancia de Deus, e que nos impede de continuar o trabalho missionário de Jesus no mundo.

“Quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la, mas quem perder a sua vida por causa de mim vai salvá-la”. Com estas palavras o Mestre quer ensinar que só encontra sentido para viver quem doa sua existência e se desgasta por causa dele em favor dos irmãos.

Essa doação Jesus espera encontrar em cada um de nós. Oferece-nos também a cruz, porém, não mais como instrumento de morte. Com sua ressurreição, Jesus transformou a cruz em ponte para a vida. Por isso, quer ver-nos carregando nossa cruz com dignidade, não como motivo de sofrimento, mas sim como meio de santificação e de salvação para nós e para toda a humanidade.




IRMÃS BENEDITINAS – GAMA- FONE; 39654967


domingo, 10 de agosto de 2014

ALEGRIA EM SERVIR
“Quando a vida inteira se fecha nos próprios interesses, deixa de haver espaço para os outros, já não entram os pobres, já não se ouve a voz de Deus, já não se goza da doce alegria do seu amor, nem fervilha o entusiasmos de fazer o bem”. (Papa Francisco)
Chama-nos atenção este trecho do Papa, pois vimos um pouco da jornada de trabalho que realizamos no Brasil, digamos que se não lutarmos para que nossa missão não se resuma em interesses próprios, o trabalho realizado perante as inúmeras crianças, jovens e suas famílias não haveria nenhum sentido profundo para elas, tão pouco para nós, não atingiríamos o coração dessas pessoas, nosso trabalho seria apenas técnico, sem vida, sem cor, cinza! Não valeria tão a pena.
Trabalhar em prol destas crianças e jovens é como se tivéssemos em nossas mãos um punhado de sementes ansiosas para germinar, porém é necessário plantá-las em solo bom e aguarmos com água boa, para que cresçam fortes, bonitas e deem bons frutos. Porém se temos esse mesmo punhado de sementes e não plantamos em solo bom, tão pouco aguarmos, a semente seca e dificilmente brotará.
Assim são para Nós nossas crianças e jovens, elas são as sementes que plantamos em nosso solo bom e são regadas com muito AMOR, assim todos colherão bons frutos. 
Nosso trabalho perante a comunidade é voltada para os valores humanos como: respeito, companheirismo, solidariedade, paz, amor. Tentamos levar ao coração das pessoas àquilo de mais precioso que Deus deseja que exerçamos “O amor e o desejo de fazer o bem”. Pregar valores é fundamental, uma vez que infelizmente nossos atendidos são oriundos de situação de risco e exclusão social, muitos são esquecidos pelo poder público e vivem em condições menos favorecidas.
Deus nos deu a missão de ajudar os que sofrem pela desigualdade social, de levar a estes a alegria, renovar o entusiasmo pela vida e plantar a esperança de uma vida digna de respeito.
No Projeto Ser Mais atendemos 120 crianças e adolescentes, oferecemos diversas atividades que possibilitem um aprendizado para a vida, transformando assim a realidade de cada um. No Centro Comunitário Nossa Senhora da Providência- GO, carinhosamente chamado de “pupila de nossos olhos”, o objetivo não é diferente, atendemos mais de 100 crianças com oficinas de teatro, capoeira, catequese, entre outras atividades. As visitas também fazem parte da nossa missão, levamos um pouco de conforto, uma palavra amiga aos lares de nossa comunidade.
Vivenciamos no dia a dia a alegria retirada das pequenas coisas, de um olhar, de um sorriso, de um gesto de ternura. Tudo é feito com amor, como Deus quer. Nesta simplicidade sentimos o cheiro do colo de Deus em cada criança, jovem, adulto ou idoso.  

Com o sorriso, alegria, amor e comprometimento combatemos um pouco da tristeza, egoísmo, comodismo, ressentimento, desanimo e muito outros sentimentos que assolam os lares dessas famílias, aumentando assim a esperança em dias melhores.


 
Mateus 14:22-33: Quando Jesus mandou Pedro andar sobre as aguas e ele afundou, Jesus disse que ele era um homem de pouca fé! Se eu tiver fé suficiente eu consigo caminhar sobre as aguas? Por que Pedro afundou? O que foi que saiu errado, se ele estava convicto o suficiente para descer do barco em pleno mar, sem pensar duas vezes? De repente, Pedro desviou o olhar da direção onde estava Jesus, a única certeza que ele tinha de estar seguro." Sabe, amados, é exatamente isso que tem acontecido com muitas pessoas nos dias de hoje, nos momentos de “perigos da vida”, eles tiram os olhos de JESUS, e “quem tira os olhos de Jesus afunda”.

Andar sobre as águas, é algo humanamente falando, impossível, mas ele usou a fé, confiou em Jesus, quando ele afundou, parou de pensar e agir através da fé. É como se ele tivesse pensado: "Ei, eu tó andando por cima da água, isso é impossível", a dúvida entrou, deixou a fé de lado, e pensou na naturalidade e nas limitações. Lhe faltou a fé. A CERTEZA de que poderia fazer isso. Quando a dúvida entra, neutraliza qualquer tipo de fé e impede aquilo que era para ter acontecido. O vento e tudo que estava acontecendo para fazer com que se distraísse, são as adversidades de hoje. Jesus disse: "Homem de pequena fé, por que duvidaste?". A fé é certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não se vêem" (Hebreus 11:1).