“Quem
ensina o faça sempre com carinho, com paciência e caridade.”
S.
Benedita, educadora
Poderia se
dizer que Madre Benedita foi educadora desde sempre, no sentido que desde
sempre desejou se colocar a serviço dos outros e dedicar toda sua vida a intentar
melhorar-la.
Com o tempo,
a intencionalidade educativa foi amadurecendo e se concretizando em ações
pedagógicas concretas.
Seu grande
desejo era fazer que cada pessoa soubesse o que tem de melhor e o fizesse
surgir para fora, através da promoção de sua pessoa, de um caminho educativo
baseado na laboriosidade, no estudo com visão a um projeto futuro.
A ação
educativa de M. Benedita se distinguiu pelo esforço na recuperação das jovens
exploradas pela sociedade, usando uma dinâmica existencial orientada a
entregar, salvaguardar e promover as capacidades individuais e cultivar a
dimensão transcendente da pessoa como garantia de desenvolvimento íntegro e
fonte de felicidade.
Este desejo
de buscar sempre o melhor que cada pessoa tem e tentar resgata-lo, dilatava seu
coração e a fazia capaz de acolher qualquer necessidade com uma compreensão
quase infinita.
Sua vida
esteve marcada por uma profunda reflexão sobre os problemas educativos e pelo
conhecimento das debilidades humanas.
Esta mulher
aprendeu meditando profundamente e refletindo atenta e prudentemente sobre os
acontecimentos cotidianos que a salvação pessoal esta ligada a salvação dos
irmãos.
Sem dúvida
tinha refletido longamente sobre as palavras do evangelho de Marcos: “Deixem
vir até mim às crianças, não as impeçais, porque dos que são como elas é o
Reino dos Céus. Em verdade vos digo quem não acolhe o reino de Deus como uma
criança não entrará nele”.
Quase como
nos tempos de Jesus em que as crianças não tinham nenhum direito, a juventude
com a que Benedita trabalhou e pensou no futuro, era a expressão de uma
condição crua e injusta, mas sempre presente, também em formas novas, na
história humana da cada tempo.
É importante
sublinhar que a educação é sempre um acontecimento que parte de uma condição
real, intransferível a outros tempos, lugares e pessoas, por isso não se pode
sonhar com educandos “ideais” . Ao ser educador se chega por um caminho de
esforço cotidiano, de estudo, de reflexão, de dialogo, de construção mental e
material de tudo aquilo que se apresenta indispensável para viver e evitar
dicotomias entre educação e vida.
O carisma
educativo de Madre Benedita não se baseou em metodologias que enquadram a
pessoas, mas preferiu seguir a sua intuição de potenciar os talentos pessoais
de cada jovem confiando na sua educabilidade para chegar a uma promoção gradual
e atenta de toda a pessoa conforme a sua peculiar forma de ser.
Tinha
convicção que a educação do homem não é tal se a pessoa que se quer ajudar e
orientar não consegue ser independente, se fazer-se dona de si mesma mediante
um conhecimento pessoal das suas qualidades, capacidades, deficiências... Madre
Benedita teve muito presente o conceito pedagógico da impossibilidade de
dividir pensamentos, afetos e ações. Sabia que a pessoa é um mistério unitário
que tem que amadurecer cada dia para manejar tanto as frustrações como as
vitórias.
Na
preocupação para com as meninas abraçou tanto as coisas do espírito como os
materiais. Pode-se resumir seu sentido educativo: “Recorrer os caminhos
indicados pelo evangelho para reconhecer a condição de cada pessoa e tentar
projetar seu futuro desde o que tem recebido e está chamada a dar”.
Solicitava de
seus colaboradores: “Uma grande confiança em Deus”,”paz e concórdia”,
“simplicidade e prudência evangélica”, “humildade profunda”, “pobreza
constante”, “comunidade fraterna”, “trabalho responsável”, “clima de silêncio e
reconciliação”, “caridade paciente”, “oração e desejo de perfeição”.
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