sábado, 9 de fevereiro de 2013


“Quem ensina o faça sempre com carinho, com paciência e caridade.
S. Benedita, educadora

Poderia se dizer que Madre Benedita foi educadora desde sempre, no sentido que desde sempre desejou se colocar a serviço dos outros e dedicar toda sua vida a intentar melhorar-la.
Com o tempo, a intencionalidade educativa foi amadurecendo e se concretizando em ações pedagógicas concretas.
Seu grande desejo era fazer que cada pessoa soubesse o que tem de melhor e o fizesse surgir para fora, através da promoção de sua pessoa, de um caminho educativo baseado na laboriosidade, no estudo com visão a um projeto futuro.
A ação educativa de M. Benedita se distinguiu pelo esforço na recuperação das jovens exploradas pela sociedade, usando uma dinâmica existencial orientada a entregar, salvaguardar e promover as capacidades individuais e cultivar a dimensão transcendente da pessoa como garantia de desenvolvimento íntegro e fonte de felicidade.
Este desejo de buscar sempre o melhor que cada pessoa tem e tentar resgata-lo, dilatava seu coração e a fazia capaz de acolher qualquer necessidade com uma compreensão quase infinita.
Sua vida esteve marcada por uma profunda reflexão sobre os problemas educativos e pelo conhecimento das debilidades humanas.
Esta mulher aprendeu meditando profundamente e refletindo atenta e prudentemente sobre os acontecimentos cotidianos que a salvação pessoal esta ligada a salvação dos irmãos.
Sem dúvida tinha refletido longamente sobre as palavras do evangelho de Marcos: “Deixem vir até mim às crianças, não as impeçais, porque dos que são como elas é o Reino dos Céus. Em verdade vos digo quem não acolhe o reino de Deus como uma criança não entrará nele”.
Quase como nos tempos de Jesus em que as crianças não tinham nenhum direito, a juventude com a que Benedita trabalhou e pensou no futuro, era a expressão de uma condição crua e injusta, mas sempre presente, também em formas novas, na história humana da cada tempo.
É importante sublinhar que a educação é sempre um acontecimento que parte de uma condição real, intransferível a outros tempos, lugares e pessoas, por isso não se pode sonhar com educandos “ideais” . Ao ser educador se chega por um caminho de esforço cotidiano, de estudo, de reflexão, de dialogo, de construção mental e material de tudo aquilo que se apresenta indispensável para viver e evitar dicotomias entre educação e vida.
O carisma educativo de Madre Benedita não se baseou em metodologias que enquadram a pessoas, mas preferiu seguir a sua intuição de potenciar os talentos pessoais de cada jovem confiando na sua educabilidade para chegar a uma promoção gradual e atenta de toda a pessoa conforme a sua peculiar forma de ser.
Tinha convicção que a educação do homem não é tal se a pessoa que se quer ajudar e orientar não consegue ser independente, se fazer-se dona de si mesma mediante um conhecimento pessoal das suas qualidades, capacidades, deficiências... Madre Benedita teve muito presente o conceito pedagógico da impossibilidade de dividir pensamentos, afetos e ações. Sabia que a pessoa é um mistério unitário que tem que amadurecer cada dia para manejar tanto as frustrações como as vitórias.
Na preocupação para com as meninas abraçou tanto as coisas do espírito como os materiais. Pode-se resumir seu sentido educativo: “Recorrer os caminhos indicados pelo evangelho para reconhecer a condição de cada pessoa e tentar projetar seu futuro desde o que tem recebido e está chamada a dar”.
Solicitava de seus colaboradores: “Uma grande confiança em Deus”,”paz e concórdia”, “simplicidade e prudência evangélica”, “humildade profunda”, “pobreza constante”, “comunidade fraterna”, “trabalho responsável”, “clima de silêncio e reconciliação”, “caridade paciente”, “oração e desejo de perfeição”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário