domingo, 3 de março de 2013


Palavras de :Dom Roberto Francisco Ferrreria paz Bispo Diocesano de Campos


:: O PRÓXIMO CONCLAVE E SEUS DESAFIOS ::
Já estamos como Igreja Católica em situação de Sede Vacante, conjuntura transitória que deve proceder a escolha de um novo Papa. Este Conclave tem como característica marcante e original o fato de ser convocado não pela morte de um Papa mas pela renuncia deste, condição prevista e legítima mas no entanto extraordinária, pois a última de apenas cinco, aconteceu a 600 anos. Ainda será o segundo do Terceiro Milênio num momento histórico crucial, de crise civilizacional e de mudança de época. Diante de uma cultura cosmopolita, laicista e notadamente individualista expressão de uma globalização financeira excludente e desigual, a Igreja através de 115 Cardeais eleitores irá escolher o Sucessor de Pedro. Pensar no perfil do próximo Papa é uma tarefa difícil e complexa pois conjuga as demandas espirituais dos cenários acima descritos mais os fatores e exigências que deve possuir aquele que vai desempenhar o múnus petrino. Certamente que terá que possuir o dom de línguas, não apenas ser poliglota mas a capacidade de comunicar-se abertamente com as diversas culturas e mentalidades, viabilizando o diálogo fé e cultura, razão e crença, defendendo a laicidade legítima e a liberdade religiosa juntamente com os direitos de Deus. Apresentará uma visão e olhar cada vez mais cosmopolita e universal passando da matriz européia para acolher com simpatia e amor as nações da Ásia, da África e da Oceania, dando força para a Missão Continental na América Latina o grande compromisso de Aparecida. Oferecerá ao mundo o grande presente do anúncio de Cristo, contextualizado e sempre fascinante, o único capaz de preencher o abismal deserto espiritual em que nos encontramos. Tornará a Cúria Romana um instrumento e sinal de serviço e comunhão, simplificando seus procedimentos e estruturas, visibilizando suas práticas e intensificando a participação de todas as Conferências Episcopais. Continuará a ser um peregrino e um pescador, fazedor de pontes, e batedor de novos caminhos e estradas, sendo o pároco bondoso e hospitaleiro da aldeia mundial, ajudando a família humana a reencontrar-se na paz e no amor de Deus. Mas o mais importante é que seja como afirmava Catarina de Sena: “ o doce rosto de Cristo aqui na terra”, para todas as pessoas e criaturas do planeta. Deus seja louvado !
+Dom Roberto Francisco Ferreria Paz - Bispo Diocesano de

:: O PAPA TESTEMUNHA DA VERDADE ::
São Paulo na Primeira Carta à Timóteo no capítulo terceiro, versículo 15 expressa o que deve ser a Igreja : " a Igreja do Deus vivo, a qual é coluna e o alicerce da verdade". Depreende-se disto que o Papa antes de mais nada e qualquer outro atributo ou demanda da época, ou da agenda midiática é fundamentalmente a primeira testemunha e um guardião da verdade. É comovente ver no Pontificado de Bento XVI foi uma mostra clara e serena de amor a verdade, pois o ser humano foi criado por Deus como um ser capaz de acolher o esplendor da verdade. Dito isto, importa pouco a sua nacionalidade, suas tendências pastorais, sua experiência anterior, pois sua função requisita fundamentalmente que seja portador de Cristo para o mundo, Daquele que é : o Caminho, a Verdade e a Vida; (Jo. 14,6). Ser Vigário de Cristo é ser apenas um porta-voz, como João Batista uma lâmpada a refletir a verdadeira Luz. Faria um péssimo serviço a humanidade se apenas se preocupasse com a pastoral do agrado, com a popularidade, ou com sua imagem, o que importa é sua fidelidade integral e total a Cristo, e isso não poder ser velado ou negociado. Lembrar também que a Igreja está a serviço do Reino, que não cresce por estatísticas ou pelo marketing bem sucedido, mas pela graça e santidade. Certamente como primeiro discípulo do Mestre Divino proporá a doutrina e a mensagem com doçura, mansidão e alegria, deixando sempre ao interlocutor como fez Jesus a liberdade de seguí- Lo e de se converter. Mas nunca poderá ao seu arbítrio inventar o que é a família, homologar casamentos que não respondem ao desígnio de Deus nem a verdade sobre a pessoa humana e muito menos alterar o que Deus considera pecado. Saber também como já o indica a história da Igreja, que os escândalos, as quedas, as grandes mazelas que afetam a Igreja ontem e hoje, se vencem e se superam, com amor divino, santidade e penitência que leva a mudar radicalmente o coração, sem isso estaremos acenando sempre a soluções ilusórias que fracassam por protelar a verdadeira conversão. Por estas razões quem tem fé, acompanhará o Conclave com muita confiança e serenidade, sabendo que em última instância o principal eleitor é o Espírito Santo, a Alma da Igreja, e que as promessas de Jesus a Pedro e sua amada Igreja não perderam a sua validade. Deus seja louvado !
+Dom Roberto Francisco Ferrreria paz Bispo Diocesano de Campos
Campos dos Goytacazes, 03 de março de 2013. 

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